O desemprego em níveis recordes, a inflação e o crescimento do número de pessoas vivendo em condições miseráveis não será apelo para o governo federal, que confirmou o fim do Auxílio Emergencial em 1º de novembro. A decisão deixará 22 milhões de brasileiros completamente desassistidos – isto porque nem todos os beneficiários do programa emergencial se enquadrarão nos critérios do novo Auxílio Brasil, anunciado por Bolsonaro para substituir o Bolso Família.
Segundo dados do Ministério da Cidadania, 34,4 milhões de famílias dependeram da renda do Auxílio Emergencial para sobreviver no mês de outubro. Dentre essas famílias, 25 milhões não recebem o Bolsa Família. O governo diz que vai pagar um valor de pelo menos R$ 400 mensais a 17 milhões (14,6 milhões do Bolsa Família mais 2,4 milhões que serão incluídos no Cadastro até dezembro). A conta deixa de fora 22,6 milhões, que a partir de novembro não terão nenhuma renda.
Desde sua aprovação pelo Congresso, em abril de 2020, o Auxílio Emergencial criado para minimizar o impacto na renda das famílias durante a pandemia foi boicotado por Bolsonaro e Paulo Guedes (ministro da Economia). O valor de R$ 600 pago em nove parcelas ano passado foi primeiro cortado pela metade e depois reduzido para uma média entre R$ 150 e R$ 375 este ano, sob a alegação de que não havia espaço fiscal para manter o programa.
Agora, já preocupado com a sua alta rejeição e as eleições do ano que vem, Bolsonaro lança um bolsa família fake, sem fonte definida, e que deixará milhões desassistidos. Enquanto isso, o caos no país está instaurado com a inflação a mais de 10%, o gás de cozinha sendo vendido a R$ 135, a conta de luz na lua e famílias revirando lixo para comer.
Número de beneficiários por programa
Auxílio Emergencial dentro do Bolsa Família
9,32 milhões de famílias
Auxílio Emergencial sem Bolsa Família
25 milhões
Auxílio Brasil
14,5 milhões – número já atendido pelo Bolsa Família + 2,4 milhões de novos atendidos
Ficam sem ajuda
22,6 milhões