
Agropecuária avançou 34% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, seguido da indústria (19%) e por serviços e comércio (18%). Desembolsos para infraestrutura caíram 14%
Os desembolsos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro trimestre deste ano superaram as marcas dos últimos cinco anos, totalizando R$ 25,2 bilhões, segundo balanço do banco, divulgado na quinta-feira (15). Uma alta de 8% sobre 2024 e de 70% frente a 2022.
A agropecuária foi a maior beneficiada com um crescimento de 34% na comparação com o primeiro trimestre de 2024, a indústria veio em seguida com um aumento de 19% no mesmo período e comércio e serviços seguindo atrás com 18% de alta. Com a possibilidade do Plano Safra 2025/26 atingir recorde de mais de R$ 500 bilhões, o nível de financiamento geral do setor, com base em recursos públicos, será de longe maior que os da indústria, comércio e serviços. Já os desembolsos para infraestrutura caíram 14% no mesmo período.
A carteira de crédito expandida mantém trajetória de crescimento, com alta de 14,2% frente ao primeiro trimestre de 2024 e de 24% em relação a 2023, com um valor total de R$ 594 bilhões no último dia de março.
“TAXAS DE MERCADO”
Um contraponto aos números bastante positivos que foram apresentados são os relativos aos das consultas feitas para novos financiamentos. Elas alcançaram em valor R$ 53,1 bilhões no trimestre, o que representa uma redução de 13% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Não é mera coincidência que isso ocorra em linha com a significativa desaceleração da economia provocada pelo Banco Central e sua política de manter a Selic, taxa de juros básicos da economia, nos estratosféricos, agora, 14,75% a.a.
O diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa, ressaltou que “a maior parte dos nossos desembolsos continua sendo a taxas de mercado, salvo eventos extremos”. Seria melhor se o banco conseguisse sua captação de recurso para empréstimos de fontes que pudessem viabilizar juros inferiores aos do mercado que são muito altos, ou seja, que o custo de capital fosse menor que a rentabilidade dos tomadores de financiamento. Na verdade o BNDES tem, pelo menos uma fonte nessas condições, que são os recursos tomados do Fundo de Amparo aos Trabalhadores (FAT).
O lucro líquido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no primeiro trimestre deste ano, foi de R$ 5,6 bilhões. Na comparação com o mesmo período de 2024 houve um incremento de 7,3% nesse resultado.