A ex-ministra relata a experiência vivida em sua região quando uma epidemia vitimou pessoas da sua família e de outras
A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva, fundadora da Rede Sustentabilidade, fez um apelo pelas redes sociais para que a população fique em casa e faça quarentena.
“E é por isso que digo a você: fique em casa, ajude a quem precisar, peça ajuda a quem puder, faça tudo dentro das normas que diminuem a rapidez da pandemia. Salve a vida”, escreveu no Twitter.
A ex-ministra lembrou sua experiência quando uma epidemia de sarampo e malária atingiu a região em que morava e vitimou familiares e outras famílias.
“Minha família morava no seringal Bagaço, no Acre, quando a região foi afetada pelas obras de alargamento da BR-364. À derrubada da mata seguiu-se uma epidemia violenta de sarampo e malária. Adoeceu ou morreu gente em quase todas as casas, em centenas de famílias”, relatou.
“Perdi um primo e meu tio, uma das pessoas mais importantes da minha infância. Morreram minha irmã de quase 2 anos e, logo depois, outra irmã, com apenas 6 meses. Seis meses depois, morreu minha mãe. Vizinhos, amigos, todos os que conhecíamos passavam pelos mesmos sofrimentos”, continuou.
“Tudo era assustador”, assinalou, “uma dor enorme, extrema, que nunca passou”.
“Todas as cenas estão vivas em minha memória e hoje, mais uma vez, pesam em meu coração e me fazem entender o sentimento das pessoas que estão perdendo seus entes queridos na pandemia do novo coronavírus”, solidarizou-se.
“Percebo o significado de perdas tão súbitas em milhares de famílias que não podem sequer enterrar seus mortos ou dar um último adeus que ajude a aceitar a morte e a elaborar o luto”. “O conhecimento reforça minha fé e me livra do fanatismo em mitos produzidos pela desinformação e ídolos da mentira”, ressaltou a ex-ministra.
“Sinto, principalmente, com meu coração dolorido por tantas perdas, que é inadmissível tomar decisões com o interesse ou o cálculo político-econômico acima da ética do cuidado e do serviço”, enfatizou a líder da Rede.