Pesquisa do Datafolha aponta que 58% dos brasileiros consideram o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro, culpado no escândalo das “rachadinhas”.
Flávio é acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de liderar uma organização criminosa para recolher parte do salário de seus ex-funcionários na Assembleia Legislativa em benefício próprio.
Segundo a pesquisa, realizada por telefone no início do mês passado, outros 11% o consideram inocente, enquanto 31% não souberam responder.
Entre os entrevistados com ensino superior completo, o percentual de quem considera o senador culpado cresce para 67%. Dos entrevistados que disseram reprovar a gestão do presidente, 85% também acham apontam responsabilidade no “01” do presidente.
Mesmo entre os que aprovam a administração do governo federal, é maior o percentual dos que consideram que o filho de Bolsonaro tem culpa: 37%, enquanto 23% acham que ele é inocente e 40% não souberam dizer.
O caso das “rachadinhas” surgiu em dezembro de 2018 e se refere ao período em que Flávio era deputado estadual. Após investigações, o Ministério Público do Rio de Janeiro acusou o senador de liderar a organização criminosa que desviou R$ 6,1 milhões entre 2007 e 2018 por meio de funcionários fantasmas empregados em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Estado. Parte desse dinheiro, diz o MP-RJ, foi usado para pagar suas despesas pessoais.
O operador do esquema seria o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia, e amigo pessoal do presidente há mais de 30 anos. Queiroz está preso preventivamente desde junho do ano passado, quando foi encontrado escondido em um sítio em Atibaia.
Através da quebra do sigilo bancário de Queiroz tomou-se conhecimento que ele, além de receber parte do salário de ex-funcionários de Flávio, também pagou R$ 89 mil em cheques para a primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2016.
Após o Tribunal de Justiça ter considerado que o atual senador tem direito a foro especial – já que era deputado na época, a defesa de Flávio tenta anular as provas para barrar o julgamento através de sucessivos recursos.