Governador do Maranhão afirma que o golpe foi um ataque à democracia que submeteu país às “torturas, assassinatos, cassações de mandatos e prisões ilegais”
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que “em mais um aniversário do tenebroso golpe militar de 1964”, rememora-se “as torturas, assassinatos, cassações de mandatos e prisões ilegais” que aconteceram nesse período.
“Que nunca mais se repita”, escreveu o governador nas redes sociais, na véspera da fatídica data do golpe contra a democracia, que derrubou o presidente legitimamente eleito, João Goulart, no dia 1º de abril de 1964.
“Minhas homenagens especiais ao presidente da República João Goulart, que teve seu mandato absurdamente interrompido”, completou o governador maranhense.
A manifestação do governador acontece no momento em que o governo de Bolsonaro, pelo terceiro ano consecutivo, manifesta-se investe politicamente em um golpe de Estado, que já jogou o país numa ditadura atroz contra o povo e a Nação por 21 anos. Além de empurrar suas milícias na realização de atos antidemocráticos nas ruas, em que atacam o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e os governos estaduais.
Na terça-feira (30), o novo ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, por determinação de Bolsonaro, divulgou uma ordem do dia alusiva ao movimento golpista que derrubou o presidente João Goulart e enterrou a democracia no país.
Num dos seus piores momentos, a ditadura implantou o Ato Institucional nº 5 (AI-5), com cassações de mandatos parlamentares, tortura de cidadãos, assassinatos e prisões ilegais de toda e qualquer pessoa que fizesse a menor crítica ao regime ditatorial.
Bolsonaro e família têm elogiado e defendido esse período bárbaro da história do país.
O ídolo de Bolsonaro e cia. é o sanguinário coronel Carlos Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército (1970 a 1974), que em 2008 se tornou o primeiro condenado pela Justiça Brasileira pela prática abjeta de tortura durante a ditadura.
Contrariando as Forças Armadas, Bolsonaro sonha em implantar um regime autoritário novamente. Mas se vê cada vez mais isolado em seus intentos.
Esta semana, o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, recusou-se a transformar as Forças Armadas numa milícia de Bolsonaro e deixou o cargo, no que foi acompanhado, posteriormente, pelos três comandantes: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica), que também deixaram seus respectivos cargos em protesto e rejeitaram qualquer ruptura institucional, como deseja Bolsonaro.
Em carta e em vídeo após a demissão, o comandante da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermudez, dirigiu-se à tropa reafirmando que a Força Aérea “é uma instituição de Estado” e que a missão de seus integrantes é “balizada pelos inarredáveis preceitos constitucionais”.