O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou nesta quarta-feira (22) a abertura de inquérito para “ampliar a colaboração federal” nas investigações sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do seu motorista, Anderson Gomes.
Marielle e Anderson foram executados em março de 2018, quando o carro em que ambos estavam foi alvejado no bairro Estácio, na região central do Rio.
Porém, os mandantes e as motivações não foram esclarecidos até hoje. Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos como suspeitos de terem sido autores do crime, mas não foram denunciados ainda.
“A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios de Marielle e Anderson, determinei a instauração de inquérito na Polícia Federal. Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes”, escreveu o ministro no Twitter.
Com a abertura do inquérito, a Polícia Federal deve trabalhar em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, mas isso não significa uma federalização do caso. Segundo o ministro, foi costurado um acordo entre PF e MPRJ para que haja cooperação entre os órgãos na investigação.
Na semana passada, Flávio Dino já havia anunciado que a PF apoiaria as investigações sobre as mortes de Marielle e Anderson. Em seu discurso de posse, no dia 2 de janeiro, o ministro afirmou que era “questão de honra do Estado brasileiro” fazer “todos os esforços possíveis e cabíveis para que esse crime seja desvendado definitivamente” e o país possa saber quem matou e quem mandou matar a vereadora e seu motorista.
Segundo portaria divulgada pelo Ministério da Justiça, o delegado Guilhermo Catramby vai conduzir o inquérito na Polícia Federal.
A federalização do caso foi cogitada pela ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, antecessora de Augusto Aras, mas o pedido que o caso fosse deslocado para a esfera federal não avançou.