O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), usou suas redes sociais para reagir à articulação do governo federal que busca impor aos estados e municípios as condições draconianas da proposta de reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional pela equipe econômica de Bolsonaro.
“Não apoiarei genocídio contra os mais pobres e mais necessitados. Nem apoiarei a destruição da Seguridade Social com a tal da capitalização, de interesse dos bancos”, diz a postagem do governador.
Ele também avisou que não assinou nenhuma carta de apoio à inclusão de Estados e municípios na PEC 06/2019, que está em debate na comissão especial criada pelo legislativo para analisar a proposta do governo.
“Não assinei a carta por considerar que o projeto do Governo Federal é injusto e precisa melhorar muito. Só o diálogo ponderado pode resultar em um projeto equilibrado”, disse.
“Não vou defender uma reforma que destrói o país e mata os mais pobres. Enquanto não ajustar os pontos que afetam essa população, qualquer outro tema será secundário, inclusive a participação dos Estados e municípios”, assinalou Flávio Dino.
NÃO ASSINARAM
Os governadores do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), do Piauí, Wellington Dias (PT) e da Bahia, Rui Costa (PT) também não assinaram a carta.
Por sinal, os nove governadores do Nordeste – RENAN FILHO – Governador do Estado de Alagoas; RUI COSTA – Governador do Estado da Bahia; CAMILO SANTANA – Governador do Estado do Ceará; FLÁVIO DINO – Governador do Estado do Maranhão; JOÃO AZEVÊDO – Governador do Estado da Paraíba; PAULO CÂMARA – Governador do Estado de Pernambuco; WELLINGTON DIAS – Governador do Estado do Piauí; FÁTIMA BEZERRA – Governadora do Rio Grande do Norte e BELIVALDO CHAGAS – Governador do Estado de Sergipe – assinaram outra carta em que destacam:
“Há divergências em pontos específicos a serem revistos, como nos casos do Benefício de Prestação Continuada e da aposentadoria dos trabalhadores rurais que, especialmente no Nordeste, precisam de maior atenção e proteção do setor público”
“Também são pontos controversos na reforma ora em pauta a desconstitucionalização da previdência, que acarretará em muitas incertezas para o trabalhador, e o sistema de capitalização, cuja experiência em outros países não é exitosa. Além de outras alterações que, ao contrário de sanear o déficit previdenciário, aumentam as despesas futuras não previstas atuarialmente”.