Os vereadores de Florianópolis aprovaram no último sábado, 21, sob manifestação e protestos de milhares de manifestantes, o projeto de lei (17.484/2018) que permite que unidades de saúde e de creches municipais sejam repassadas à administração privada por meio das chamadas Organizações Sociais (OS). Enquanto o projeto era votado, policiais militares reprimiam a manifestação, dentro e fora da Câmara dos Vereadores.
Cerca de seis mil pessoas estavam nas portas da Câmara contra o projeto, denominado “Creche e Saúde Já”, enquanto somente 60 puderam entrar no edifício. A repressão começou no exato momento em que a votação iniciou.
A sessão foi bastante conturbada, com 16 votos favoráveis e 6 contrários. Dentro da Câmara, a PM e a Guarda Municipal (GMF) fecharam manifestantes, assessores e a imprensa dentro de uma sala após jogarem spray de pimenta. Dezenas de pessoas passaram mal por conta do efeito do gás.
Os servidores públicos de Florianópolis estão em greve desde o dia 11 pela retirada do “Projeto das OS”, com uma adesão de 70%, deixando somente os serviços emergenciais. Para o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), a prefeitura de Gean Loureiro (MDB) tem utilizado todas as suas forças para derrubar a resistência dos trabalhadores, como forçar a aplicação de uma multa por dia de greve para os dirigentes do Sindicato.
Para Renê Munaro, presidente do Sintrasem, “mesmo sob forte repressão policial a categoria permaneceu firme e continua decidida a dar sequência na luta contra as O.S. Na próxima segunda vamos decidir juntos a continuidade dessa luta, que é em defesa do serviço público e que já ultrapassou as fronteiras da nossa categoria e aglutina sindicatos, movimentos populares e juventude da cidade de Florianópolis e de Santa Catarina ”, afirmou.