Estudo recente divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que as sobretaxas dos EUA sobre mercadorias chinesas foram “pagas quase inteiramente” por importadores norte–americanos. O FMI reconhece que, envolvido numa guerra comercial com a China há mais de um ano, os Estados Unidos adquiriram centenas de bilhões de dólares em bens com altas tarifas de importação.
O presidente Trump afirmou na primeira semana de maio que os impostos mais altos cobrados sobre os produtos chineses estão “enchendo os cofres dos EUA”, com um montante da ordem de US$ 100 bilhões anuais. Mas, mesmo com as altas tarifas, segundo o FMI, o déficit comercial bilateral entre a China e os EUA permanece “praticamente inalterado”. “Quase não houve mudança nos preços de fronteira das importações da China, mas houve um salto acentuado nos preços de importação pós–tarifária que correspondam à magnitude da tarifa”, assinala o estudo.
Quanto aos próximos passos, Trump já ameaçou sobretaxar mais cerca de US$ 300 bilhões em produtos chineses. De acordo com o FMI, tem tudo para prejudicar diretamente os consumidores estadunidenses, uma vez que as empresas provavelmente se limitarão a repassar o custo adicional.
“Os consumidores dos EUA e da China são inequivocamente os perdedores das tensões comerciais”, destaca o relatório do FMI, acrescentando que as tarifas mais altas também podem prejudicar o crescimento econômico. “Embora o impacto sobre o crescimento global seja relativamente modesto neste momento, a mais recente escalada pode colocar em risco a recuperação projetada no crescimento global em 2019”, sublinha o estudo.