
Açulam o Copom a subir ainda mais os juros mesmo com sinais de desaquecimento da economia. Meio ponto a mais na Selic significa mais R$ 25 bilhões que saem do orçamento público para os bancos
As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central para definir a taxa básica da economia mantiveram a pressão pelo aumento dos juros às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) esta semana.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo BC nesta segunda-feira (5), os juros sairão de 14,25% para 14,75%, portanto, continuarão nas alturas até o final do ano.
A pressão dos bancos é por um aumento de mais 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), na próxima reunião do Copom na quarta-feira (7), mantendo o juro real entre os mais altos do mundo.
Segundo as previsões das instituições financeiras, a inflação cairia de 5,55% para 5,53% em 2025 e a Selic subiria de 14,25% para 14,75%, o que levaria o juro real (descontada a inflação) a mais de 9%, sufocando as indústrias, o comércio, o setor de serviços, os salários, os empregos e o consumo das famílias.
O Copom, como já confirmou o presidente do BC, Gabriel Galípolo, seguirá subindo os juros. Para 2026 e 2027, os bancos querem que a Selic siga acima dos dois dígitos, Desta forma, o arrocho monetário seguiria travando o crescimento econômico e, consequentemente, a melhoria das condições de vida da população.
Com os juros estratosféricos e os recursos públicos sendo sugados pelo serviço da dívida pública – que deve superar a marca de R$ 1 trilhão ainda este ano –, a economia brasileira, que vem desacelerando desde o último trimestre do ano passado, caminha para um crescimento de apenas 2% até o final de 2025, segundo projeções de analistas.
Trata-se de um desempenho que está aquém do potencial do Brasil, que precisa urgentemente avançar em investimentos produtivos que possam gerar bem-estar social.