
Bancos mantêm pressão para elevar Selic a 15%
A projeção da inflação oficial no país para 2025, medida pelo Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com Boletim Focus do Banco Central (BC), anunciada nesta segunda-feira (28), foi revisada para baixo de 5,57% para 5,55%. É o segundo recuo consecutivo da mediana das projeções de inflação deste ano.
As instituições financeiras consultadas pelo BC continuam pressionando pelo aumento dos juros. Com a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15% ao ano. O que significa um aumento na taxa de juro real (descontada a inflação). O aumento dos juros vai ampliar ainda mais os ganhos dos aplicadores, visto que o juro real até o final de ano ficará algo próximo de 10%, para regozijo do rentismo.
Em março, o BC elevou a Selic para 14,25%. Para a Confederação Nacional da Indústria, os juros elevados “vem segurando a demanda e, consequentemente, a produção”, avalia.
Em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, alertou que os atuais juros reais (descontada a inflação) em 8,5%, “já tem impactado fortemente a economia, que apresenta desaceleração mais aguda do que a prevista, tanto pela CNI, como por diversos analistas econômicos”.
Cada aumento nominal de 1 ponto percentual na Selic impacta algo em torno de R$ 50 bilhões de aumento da dívida pública. São nessas movimentações que encerramos 2024 em despesas com pagamento de juros de R$ 950,00 bilhões, e já se projeta que as mesmas despesas para 2025 atinjam mais de um trilhão de reais.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a expectativa das instituições financeiras foi mantida numa expansão de apenas 2%, conforme obejtivo declarado do presidente do BC, Gabriel Galípolo, de “refrear”, “segurar a economia”.
As “projeções” do Focus são resultado da pressão do cartel dos bancos, divulgadas toda semana. Nenhum outro setor da economia do país, o comércio e a indústria, tem qualquer participação nessas “projeções”.