O ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo do Estado, João Doria (PSDB), disse na última terça-feira (1º), que o prédio, que desabou após o incêndio no centro da cidade, “foi invadido, e parte desta invasão financiada e ocupada por uma facção criminosa”, durante sua visita à 25ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Para ele, para evitar tragédias como esta “a solução é evitar as invasões”.
Dória disse que a Prefeitura fez tentativas de desocupar o prédio, mas que “foram rechaçadas, inclusive com ameaças de violência pela ocupação irregular. Porque ali era um centro de distribuição de drogas também”. O ex-prefeito não esclareceu o motivo de não ter acionado a polícia, já que teria conhecimento do “centro de distribuição de drogas”.
Momentos após a primeira declaração, Doria chamou novamente um grupo de repórteres para “complementar” sua fala, para “prestar solidariedade às famílias desabrigadas”.
INVASÃO
O tucano, com patrimônio de R$ 180 milhões, declarado na eleição de 2016 ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se esqueceu que invadiu a área pública no município de Campos do Jordão (SP) em meados de 1990, aumentando irregularmente o terreno de sua mansão.
Depois de uma disputa judicial que durou 12 anos, o tucano perdeu a ação e foi condenado a devolver o terreno, o que deveria ter acontecido em 2009. Mas só em 2017, depois que a denúncia veio a público durante sua campanha eleitoral, ele enviou à prefeitura de Campos do Jordão uma petição oficializando a devolução do terreno invadido.
Dória nunca escondeu seu descaso e desprezo pelas ocupações, onde as pessoas que não têm onde morar por questões econômicas. Em maio do ano passado, ele mandou demolir imóveis na região da cracolândia, no centro de São Paulo. Uma parede foi derrubada por uma escavadeira da prefeitura sem aviso para que os moradores deixassem o local. Três pessoas ficaram feridas. O ex-prefeito estava lá no momento da queda da parede, promovendo as ações da prefeitura.