Em sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito, realizada na quinta-feira (1), Bolsonaro apresentou uma lista prévia de veículos de imprensa que poderiam comparecer e não permitiu a entrada da Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo, CBN, EBC e Valor Econômico.
Segundo o que foi publicado por estes jornais, apenas emissoras de televisão e sites foram permitidos de entrar. Uma agente da Polícia Federal foi escalada para dar as credenciais a partir de uma lista previamente organizada. Quando questionada quanto ao método de triagem, a agente apenas afirmou que a autorização vinha de “dentro para fora”, referindo-se à equipe que estava dentro da casa.
Mais tarde alegaram limitação de espaço, mas, de acordo com a reportagem da Folha, foram apresentadas fotos que desmentem esta situação, além do que alguns veículos contavam com mais de um profissional na coletiva.
O presidente eleito tem afrontado de forma mais direta a Folha de S. Paulo desde que esta fez uma reportagem mostrando uma funcionária fantasma que era mantida por seu gabinete e a denúncia de que empresas privadas bancaram ilegalmente a distribuição de centenas de milhões de mensagens da sua campanha por WatsApp aos eleitores brasileiros.
Durante entrevista ao Jornal Nacional, concedida após sua eleição, Bolsonaro afirmou que a Folha não receberá recursos de propaganda oficial do governo, mesmo que estes devam ser guiados por termos técnicos, e não políticos.
O jornal publicou um editorial chamado “Acostume-se” onde afirma que não deixará de “escrutinar o exercício do poder porque seus detentores de turno resolveram adotar a tática da intimidação”.
Segundo o Globo, a Direção-Geral do Senado, que organiza as reuniões do Congresso — Câmara e Senado —, decidiu proibir a entrada de jornalistas no plenário da Câmara, durante a sessão desta terça-feira (6) que marcará o retorno de Jair Bolsonaro ao Congresso.
Em comunicado distribuído internamente, o órgão afirma que “o acesso ao plenário da Câmara dos Deputados será restrito às autoridades, parlamentares e servidores autorizados”.
A Polícia Legislativa da Câmara confirmou o veto estranho a jornalistas no plenário da Casa.