Vinte mil israelenses se concentraram diante da residência oficial do primeiro-ministro Bbi Netanyahu para exigir sua renúncia ou afastamento. O ato deste sábado (29) foi o da décima semana consecutiva. Segundo o jornal israelense Haaretz as manifestações vêm crescendo a cada semana.
Ao protesto em Jerusalém se somaram mais 315 atos espalhados por todo Israel, incluindo um na frente de sua casa em Cesarea.
Desta vez, a manifestação em Jerusalém foi realizada ao mesmo tempo que atos com israelenses que residem em pelo menos 18 diferentes cidades espalhadas pela Europa e Estados Unidos. Depois das agressões contra manifestantes da semana passada, a polícia, que aparentemente recebeu ordem de se refrear, foi bem menos agressiva.
Antes da concentração na rua Balfour, onde se localiza a residência oficial do primeiro-ministro, milhares se reuniram na ponte estaiada que fica à entrada da cidade e dali marcharam até a Praça Paris. Essa manifestação não tinha aprovação policial, mas os policiais retiraram barreiras para que ela ocorresse sem a repressão que aconteceu na semana anterior.
Já rua Yafo, uma das avenidas centrais de Jerusalém, a polícia tentou impedir a marcha que por ali transitou, mas também aí a manifestação acabou acontecendo de forma pacífica. Instrumentos musicais, tambores e cornetas foram confiscados dos manifestantes pela polícia.
A situação estava tensa antes do ato deste sábado ter início, com o superintendente de polícia Nissim Guetta, dizendo que havia postagens pela internet incitando manifestantes a agredirem policiais.
Ao que os organizadores da manifestação responderam que queriam “deixar claro de que não há vozes extremas chamando a atacar policiais e perturbar a paz. O que os manifestantes clamam é pela retirada de Netanyahu do posto de primeiro-ministro”.
“A polícia de Jerusalém deve proteger os manifestantes e não os políticos corruptos”, conclui a nota dos organizadores.
As manifestações contra Netanyahu começaram quando ele liberou totalmente os israelenses do distanciamento social, causando uma grave segunda onda de infecção e morte por coronavírus no país. Também foi condenado por relegar à própria sorte os pequenos e micro-empresários que passam necessidades devido à retomada da quarentena sem nenhum apoio emergencial.
Os organizadores do ato desta semana divulgaram nota afirmando que “enquanto o país entra em colapso, Netanyahu está ocupado em trocar o promotor de seu julgamento e em indicar chefes de polícia que parem de investiga-lo. O país precisa remover o jugo que Netanyahu impôs, um jugo que está destruindo a economia, a saúde e a coesão social. Israel merece esperança e um futuro melhor, não viver sob o medo de uma tirania”.
O ato deste sábado aconteceu simultaneamente com atos em 18 outras cidades na Europa e Estados Unidos. Desde o início de agosto começaram a acontecer protestos contra o governo de Netanyahu por israelenses que vivem em Nova Iorque, San Francisco, Berlim, Boston, Atlanta, Paris, Amsterdã, Basileia, Chicago e Washington, entre outras. “Queremos que Netanyahu saiba que israelenses espalhados por todo o mundo querem que ele vá pra casa ao invés de arrastar o país ao caos”, afirmou Offir Gutelzon, que ajudou a organizar o primeiro dos atos contra o premiê, que aconteceu em San Francisco.