Gozando de liberdade nos Estados Unidos, onde se encontrava inicialmente foragido, o megaempresário Manuel Baldizón, ex-candidato à presidência da Guatemala, está prestes a se declarar culpado pelo crime de lavagem do dinheiro e assumir seu envolvimento no propinoduto da Odebrecht.
Além de lavagem de dinheiro, Baldizón também é requerido no país centro-americano pelos delitos de associação ilegal e suborno passivo, na acusação feita pelo Promotor Especial Contra a Impunidade (Feci), realizada com a assistência da Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig), para o caso Odebrecht. Baldizón também foi acusado de crimes eleitorais pelo caso Transurbano, no qual é denunciado por desviar fundos públicos para suas campanhas presidenciais de 2011 e 2015.
Detido em janeiro do ano passado em Miami, acusado de corrupção em obras públicas e lavagem de dinheiro, foi colocado em condicional na última quarta-feira e agora negocia se entregar à Justiça guatemalteca.
Pelas leis de seu país a pena seria de quatro a 12 anos imprescritíveis, mas como o presidente Jimmy Morales está envolvido numa série de crimes, assim como vários parlamentares, o Congresso está debatendo uma “reforma” para trocar a condenação por uma multa.
Conforme o jornal guatemalteco Prensa Libre, registros judiciais da Corte do Distrito Sul da Flórida apontam que a defesa de Baldizón e a promotoria fecharam um acordo para que o político conservador se entregasse “sem a necessidade de um julgamento”. De acordo com os advogados, ele pagaria imediatamente uma fiança de US$ 50 mil pelos mais de U$S 1 milhão devidos aos cofres públicos, renegociaria o prazo de pagamento e reduziria a pena de três anos, colocando posteriormente uma tornozeleira eletrônica.
Em dezembro de 2016, a Odebrecht havia reconhecido ser culpada pelo pagamento de US$ 788 milhões em subornos para garantir contratos públicos em 12 países, através de seu “Departamento de Operações Estruturadas”. Na Guatemala, dirigentes empresariais e partidários admitiram ter abocanhado US$ 18 milhões em propinas.