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O cinísmo do manipulador Netanyahu se mostra sem limistres ao projetar sobre a Resistência Palestina a criminosa barbárie que exerceu causando mais de 48 mil mortes, a maioria de mulheres e crianças, em Gaza, muitos enterrados sob os escombros dos prédios derrubados por bombas de uma tonelada
Depois de assassinar, amputar e ferir perto de 200 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, Netanyahu projeta sua desumanidade sobre a Resistência Palestina, a quem chamou de “monstros” aproveitando-se da comoção com a volta de quatro reféns israelenses mortos, entre eles dois bebês, que estariam vivos se o cessar-fogo não tivesse sido rompido pelas tropas de Israel em 1º de dezembro de 2023, um cessar-fogo que havia sido alcançado em 24 de novembro, pouco mais de um mês das hostilidades. Após a ruptura por Israel, o bombardeio arrasa quateirões se instalou e durou por 500 dias consecutivos.
SABOTAGEM AO CESSAR-FOGO
A algaravia em torno dos mortos israelenses, é puramente mais uma tentativa de sabotagem do acordo de cessar-fogo em vigor, tachando de “monstros” aos integrantes da Resistência Palestina, que na última quinta-feira cumpriu o prometido de devolver os corpos de reféns sob as bombas atiradas por Israel.
Vai ficando cada vez mais claro, inclusive para os parentes do reféns israelenses, que o governo fascista de Israel está buscando desesperadamente criar pretextos para adiar a abertura das negociações sobre a fase dois da trégua mediada por Egito e Qatar e, assim, vai ameaçando o tempo todo com a retomada do morticínio e devastação em Gaza.
Para isso, simula compaixão pelos israelenses que perderam familiares quando se sabe que desde meados do ano anterior estavam dadas todas as condições para a trégua e a troca de prisioneiros, que aliás já havia começado. Netanyahu preferiu intensificar os bombardeios levando à morte, pelos cálculos das forças israelenses de em torno de 30 prisioneiros israelenses, fruto das bombas de uma tonelada lançadas a destruir prédios, hospitais e escolas, mesmo aquelas com o logo da ONU bem visíveis.
Veja vídeo de prédio em Gaza vindo ao chão:
A desfaçatez de Netanyahu, que não é nova, visa inverter os fatos, se fazer de vítima, isso depois de 78 anos de Nakba, 58 anos da resolução 242 da ONU pedindo o fim da ocupação além das fronteiras de 1967 e da ocupação de Gaza, 38 anos após a Primeira Intifada, 32 anos dos Acordos de Oslo e 24 anos da Iniciativa Árabe Paz por Terras, estas duas últimas iniciativas em favor da paz, a primeira delas interrompida com o assassinado do premiê Rabin, por um terrorista judeu israelense e a segunda simplesmente ignorada pelos governos de Israel.
Se não fosse a decisão do regime de apartheid israelense de romper em 1º de dezembro de 2023 o cessar-fogo em que 50 mulheres e crianças israelenses foram trocadas por 150 mulheres e crianças palestinas, nenhuma das quatro vítimas sobre as quais Netanyahu e seus sequazes derramam lágrimas de crocodilo estariam agora mortas. Como entendeu o governo da África do Sul, ao entrar com ação denúncia contra o massacre em Gaza, foi uma decisão tomada unicamente para acelerar o genocídio, a limpeza étnica e o roubo de terras.
Ninguém precisava morrer, bastava só manter o cessar-fogo, mas a decisão do regime israelense foi optar pela guerra. Ao invés de prosseguir com a troca de presos e de reabrir a discussão do direito internacionalmente reconhecido dos palestinos a seu Estado, Netanyahu e seus ministros fanáticos Smotrich e Gvir apostaram em arrasar ao chão a Gaza, exibir a suposta superioridade colonial israelense e empurrar a população palestina para o genocídio ou outro Nakba.
Parece, ainda, que Netanyahu não gostou de ter sido retratado como um vampiro sedento de sangue na cerimônia de entrega à Cruz Vermelha dos caixões dos mortos israelenses, para entrega ao ocupante.
Mais tarde, após exame de DNA, Israel passou a acusar o Hamas de intencionalmente ter colocado outro corpo ao invés do de Bibas. Com o genocida Netanyahu prometendo fazer a Resistência Palestina “pagar o preço total por essa violação cruel e perversa do acordo”.
Ismail Al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo de Gaza, disse que os restos mortais de Shiri Bibas parecem ter sido misturados com outros restos mortais humanos depois de terem sido enterrados nos escombros de um prédio destruído por um ataque aéreo israelense. “O próprio Netanyahu deu as ordens para o bombardeio direto e impiedoso, e ele tem total responsabilidade pela morte dela e de seus filhos”, afirmou ele em um comunicado.