Policiais e militares israelenses entraram na mesquita mais importante de Jerusalém e espancaram fiéis
Fiéis palestinos que se encontravam no interior da mesquita Al Aqsa foram agredidos com cacetetes e várias granadas de percussão foram atiradas no interior da mesquita.
O período de um mês de preces do Ramadã sempre leva milhares de fiéis as mesquitas mais cultuadas de Jerusalém. A particularidade das rezas deste ano são as provocações de religiosos judeus fanáticos que invadiram a Esplanda das Mesquistas para, ao contrário dos acordos interreligiosos entre judeus e árabes, prevalentes desde a ocupação de Jerusalém pós Guerra dos Seis Dias (de 1967), realizar rituais judaicos, profanando o pátio onde estão lecalizadas as mesquistas Al Aqsa e Al Omar.
Segundo a agência de notícias palestina, WAFA, alguns dos religiosos palestinos, sabendo da intenção de grupos de fanáticos judeus de entrarem no pátio sagrado para provocar, resolveram promover uma vigília noturna, após o final das preces do dia 4 na mesquita e em seu entorno.
Os policiais israelenses resolveram impedir a vigília e, além de usarem de violência no interior da mesquita, prenderam 500 palestinos durante a repressão.
Após a repressão de terça-feira, nesta quarta-feira (5), os religiosos judeus penetraram em grupos de 50 pessoas e estão realizando rituais judaicos diante da mesquita e durante as rezas islâmicas do Ramadã, sob o olhar complacente da polícia de Israel.
A provocação por parte de israelenses nunca se viu antes, nestas dimensões, e está ocorrendo com as forças direitistas se sentindo à vontade para barbáries deste tipo por conta do governo fascista no poder em Israel. Segundo a WAFA, os militares estão sendo coniventes com a profanação, permitindo a livre circulação dos fanáticos no pátio das mesquitas.
“A Palestina reafirma que Israel, através de suas autoridades, forças de ocupação e milícias terroristas de colonos [que residem em terras palestinas assaltadas] não possuem soberania sobre qualquer parte do complexo Al Aqsa”, declarou o Ministéiro do Exterior da Palestina.
“Os fiéis palestinos”, prossegue a declaração, “têm o absoluto direito de, livremente e em segurança, rezar no interior e em torno do complexo sagrado, sempre e a qualquer tempo, sem sofrerem qualquer tipo de obstrução ou violência”.
“Em grave violação das normas internacionais, Israel, a potência ocupante, impõe limitações arbitrárias para determinar como e de que forma os fiéis palestinos podem rezar enquanto que encoraja os colonos a perpetrarem razias altamente provocativas nos locais sagrados, em uma sitemática messiânica para estabelecer confrontos religiosos”, conclui a declaração.
A Autoridade Nacional Palestina exige do Conselho de Segurança da ONU “que tome medidas urgentes para garantir a proteção dos fiéis e garantir o status histórico e legal da mesquita Al Aqsa”.
JUDEUS REPUDIAM A AGRESSÃO
“O coletivo de ‘Judias e Judeus Sionistas de Esquerda’ vem a público repudiar e denunciar as criminosas ações perpetradas pelas forças de segurança de Israel na mesquita Al Aqsa”, diz nota assinada por Jean Goldenbaum, Mauro Nadvorny, Michel Gherman, Milton Blay, Nelson Niesenbaum, Pietro Nardella Dellova e Tânia Balbich.
Na nota que nos foi enviada assim que esta matéria foi publicada, os autores acrescentam que “sabemos que este episódio está relacionado a toda a política de destruição e violência que vem sendo imposta pelo novo governo de Netanyahu em coalizão com a extrema-direita e os partidos ultrarreligiosos”.
“Reiteramos nossa convicção na luta pelos acordos de paz entre Israel e Palestina, que resultem na fundação de um Estado Palestino que conviva e coopere com Israel – ambos soberanos, independentes e legítimos”, finaliza a declaração.