
Famílias são forçadas a se deslocarem sob bombas de caças e tanques que avançam sobre as ruas ladeadas de escombros
As forças de limpeza étnica do regime genocida começaram, nos últimos, dias a avançar por terra com duas divisões (de blindados e infantaria). Uma terceira divisão deve adicionar mais dezenas de milhares de soldados nas próximas horas, informa o comando militar do regime.
A entrada das tropas israelenses na cidade de Gaza foi precedida de dois dias de bombardeios, que atingiram 150 alvos, incluindo dezenas de edifícios transformados em escombros,
Veja bombardeio nos vídeos:
Uma fila gigantesca de moradores se formou com centenas de milhares de palestinos se movendo por uma única estrada que restara dos bombardeios. Em depoimentos colhidos, os civis aterrorizados pelas explosões que não cessaram, com maior intensidade nas noites de segunda e terça para intensificar o clima de terror, deixaram suas casas ou tendas, muitos com apenas a roupa do corpo.
Até aqui já foram forçados ao deslocamento 400.000 palestinos, mas cerca de 600.000 ainda se encontram no interior da cidade. Os terroristas israelenses estão afirmando que os que restam têm apenas 48 horas para se retirarem, após adicionarem uma outra rota de saída da cidade através de edifícios, escolas e casas destruídas.
O ministro da “Defesa” (ou seria do Extermínio), Israel Katz, repetiu o sentido da famigerada frase de Hitler “Paris está em chamas” agora proferindo “Gaza está em chamas”.
“O perigo é crescente”, declarou o morador Ahmed Ghazal (citado pelo jornal Times of Israel), “casas e prédios foram destruídos. Seus moradores foram mortos ou estão sob os escombros. Podemos ouvir seus gritos”.
Hospitais na cidade sob ataque disseram que dezenas de palestinos chegaram feridos, a maioria após as 22 horas, a maior parte foi recebida no que ainda resta do maior hospital da cidade, o Shifa.
“Foi uma noite muito dura para os moradores de Gaza”, declarou o Dr. Mohamed Abu Salmiya, diretor do Shifa, segundo a agência Associated Press.
“Mandei minha família para o sul”, diz um dos moradores em depoimento reproduzido pela jornalista do jornal Haaretz Amira Haas, “mas eu fiquei na cidade de Gaza para dizer adeus a suas ruas e sentir o luto por ela. Estou sentado só na casa de meu pai, penando nas poucas estruturas que ainda estão de pé. Não sei ainda o que vou fazer amanhã. Será que a saudade por minha família vai prevalecer e eu me irei também? Ou terei a coragem de ficar até que meu sangue, minha carne e ossos se misturem com a poeira e as cinzas de Gaza enquanto ela é apagada do mundo pedra por pedra?
Moradores permanecem ao relento na periferia de Gaza:
“O bombardeio não parou nem por um instante, há muitos corpos sob os escombros”, acrescentou Abu Salmiya, outro morador.
Em um lanciante depoimento no Facebook, Abdel Alkarim Ashour, que tem escrito um diário relatando o drama dos moradores da Faixa de Gaza, diz que “as imagens não são suficientes para mostrar o que acontece aqui, os informes são limitados. As notícias conseguem relatar apenas uma parte da verdade. Para realmente entender o significado do que acontece, vocês têm que estar aqui, ainda que por algumas poucas horas. Ouvir o troar dos aviões sobre suas cabeças. Tremer com cada explosão e se chocar com as grossas nuvens de poeira e fumaça. Aí conseguirão entender o sofrimento que nem a linguagem mais pesada pode sustentar. Aqui em Gaza até o silêncio grita”.