
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou o papel central da industrialização para o desenvolvimento e soberania nacional. A declaração ocorreu durante lançamento do livro “Produção versus Rentismo – Trabalhadores e empresários pela reindustrialização do Brasil”, organizado pelo jornalista, redator especial da Hora do Povo e membro da direção nacional do PCdoB, Carlos Pereira, no Clube de Engenharia (RJ).
A parlamentar destacou que este é um setor estratégico para o desenvolvimento do Brasil. “Nós temos defendido muito um projeto nacional de desenvolvimento onde a indústria é completamente decisiva. Fortalecer a indústria nacional é o caminho mais ágil, não só para o desenvolvimento, mas também de agregar valor ao que nós estamos produzindo em confronto com o que o capitalismo contemporâneo faz, que é dinheiro girando sob dinheiro, sem produção, sem emprego, sem emprego qualificado”, disse Jandira.
A parlamentar carioca destacou que este livro fundamental para os que amam o Brasil e seu povo, pois possibilita maior clareza sobre a história da indústria brasileira, suas dificuldades, mas também suas potencialidades. “Busca depoimentos, que escuta pessoas que atuam na ponta do setor industrial – trabalhadores também – e é muito importante que a gente faça um projeto de desenvolvimento social acoplado na base. Do contrário, gerará só concentração de renda e exclusão de direitos”, destacou.
“Quero que este livro tenha muito sucesso, porque é muito importante nessa fase do Brasil em que nós já aprovamos inúmeros projetos aqui [ no Congresso Nacional]. Aprovamos a depreciação acelerada, nós aprovamos a reforma tributária, nós aprovamos trabalho igual para salário igual para as mulheres e muitas outras pautas que tramitam hoje”, continuou.
Jandira destacou que a compreensão da importância e do papel histórico da indústria que possibilitará um desenvolvimento sustentável, com compromisso ambiental, controle das BigTechs e fortalecimento da democracia brasileira, além de recursos para barrar as tentativas do imperialismo estadunidense de impor sanções contra o Brasil. “É necessário que a Nova Indústria Brasil continue avançando, é a primeira vez em muitos anos que os empregos que mais crescem estão na indústria. A NIB tem 6 eixos estratégicos e eu penso que a gente deve acrescentar outros 2: o setor naval e a indústria criativa brasileira.”
“Esse livro vai nos ajudar a pensar, a formar opinião, refazer o pensamento de muita gente que não acredita no Brasil e mostrar que o Brasil pode defender sua indústria nacional, tem potência para fazer seu projeto nacional.”
Jandira apontou que um dos nossos primeiros desafios é enfrentar o que considerou um dos pilares da nossa dificuldade atual na garantia do desenvolvimento e melhoria das condições de vida do povo: “os juros altos dentro dessa política macroeconômica que ainda é desenvolvida e feita por um Banco Central autônomo, lamentavelmente”.
“Enfrentar o juros, fortalecer a indústria, agregar valor da inovação, da ciência e da tecnologia, como faz hoje nosso ministério comandado por nossa ministra Luciana Santos, fazer cumprir os direitos dos trabalhadores e apostar com altivez no desenvolvimento nacional”, concluiu.
O livro é fruto do Seminário Nacional pela Reindustrialização do Brasil, realizado na sede da CTB, em 11 de junho de 2024. De acordo com Pereira, o livro é uma coletânea de entrevistas e artigos com lideranças empresariais, trabalhistas e da academia sobre a urgência de um projeto de desenvolvimento nacional, com bases, principalmente, em empresas nacionais, no mercado interno e no Estado, inspirado no pensamento de Barbosa Lima Sobrinho: “capital se faz em casa”.
Além de Jandira, o evento contou, ainda, com a presença de grandes nomes da economia, política e sindicalismo, como Guilherme Estrella, geólogo e um dos responsáveis pela descoberta do Pré-Sal; Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia do Brasil, Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do BRasil (CTB); Rafael Lucchesi, diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI); os economistas Paulo Kliass e Denise Gentil; Paulo Farias, presidente da CTB-RJ e do líder sindical João Batista Lemos.