Na 18ª Conferência Internacional Anticorrupção organizada pela Transparência Internacional, em Copenhagen, na Dinamarca, ativistas de combate à corrupção de 63 países, divulgaram nesta quarta-feira manifesto em que expressam preocupação com manifestações do candidato Jair Bolsonaro (PSL) “contra organizações da sociedade civil e a ameaça de criminalizar como terroristas alguns movimentos sociais”.
Apoiado pelos 170 participantes da conferência anticorrupção, o documento relata a rejeição “a qualquer tentativa de ameaçar a liberdade e a segurança da sociedade civil organizada e jornalistas investigativos ou a autonomia e legitimidade das instituições democráticas”.
O texto convoca Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) a implementarem, caso vençam as eleições, “uma política de respeito aos direitos dos cidadãos, bem como das organizações que representam a sociedade civil”.
Bolsonaro tem reiterado em diversas entrevistas, redes sociais e pronunciamentos que quer “botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil”, mas não diz se pretende acabar também com o ativismo dos que o apoiam. A indisposição do candidato com a convivência democrática tem sido motivo de preocupação por todo o mundo.
No documento assinado em Copenhagen, os especialistas anticorrupção convocaram os candidatos brasileiros a se comprometerem a “defender e avançar os esforços recentes das instituições e da sociedade brasileiras para combater a corrupção e acabar com a impunidade histórica dos poderosos e ricos no país”. De acordo com o texto, a operação Lava-Jato é “legítima e bem-sucedida”.