O grupo minguado de apoiadores de Bolsonaro e demais terraplanistas queria também o impeachment de Lula e de outros integrantes do Supremo
Um número reduzido de apoiadores do golpe de Estado, do entreguismo, da corrupção e de Jair Bolsonaro (PL) se reuniu na manhã deste domingo (10) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília para protestar contra a indicação do ex-governador e ex-ministro da Justiça, Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O ato, que tinha mais policiais do que manifestantes, era uma tentativa dos fascistas de retomar as badernas de rua, como as que ocorreram na preparação para o golpe pela permanência de Bolsonaro no poder. Elas antecederam a ação criminosa de invasão e quebradeira das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro deste ano.
Os envolvidos nos ataques terroristas do 8 de janeiro foram presos, numa ação firme do governo federal recém empossado – particularmente de Flávio Dino. Os presos foram denunciados e enfrentam julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais uma vez os farsantes e vende-pátrias tentaram manipular as cores do país. Vestidos de verde e amarelo, mas adoradores da bandeira americana, o minguado grupo levou faixas e gritou ofensas contra Flávio Dino e outros integrantes do STF.
Nem o empenho de parlamentares, que usaram dinheiro público para insuflar o ato nas redes sociais, salvou o evento do fracasso. Deputados federais e senadores de extrema direita, como Magno Malta (PL) e Marcel Van Hattem (Novo), discursaram em um trio elétrico e foram ouvidos pelos policiais escalados para impedir novas barbaridades.
Além de esbravejarem contra Flávio Dino, os fascistas também queriam o impeachment do presidente Lula e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O ato, como sempre, teve manipulação religiosa. Foi iniciado com uma oração e um minuto de silêncio em homenagem a Cleriston Pereira da Cunha, invasor do STF, do Planalto e do Congresso que morreu no presídio da Papuda.
O senador Magno Malta (PL-ES), usou grupos de WhatsApp para convocar o ato. Ele escreveu que é hora de “voltar às ruas”. Pelo jeito, não foi ouvido. Textos e banners falavam em “liberdade”, “resgate da Justiça” e “contra Flávio Dino no STF”. Já o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), conhecido como “chupetinha”, também citou a morte de Cleriston Pereira da Cunha para tentar, sem sucesso, sensibilizar incautos.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro e um defensor ardoroso do golpe – até com um jipe e dois cabos -, disse que era necessário “esperar o momento certo” para voltar às ruas com manifestações. Ele disse que “a hora chegou”. O fracasso mostrou que o bananinha, como é conhecido o deputado, estava errado. Se a hora chegou, quem não chegou foi povo.
Bolsonaro, por sua vez, responde pelas manifestações no 7 de setembro, que também pediam a destituição de ministros do STF. O ex-presidente foi tornado inelegível pelos próximos oito anos por causa da reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em que apontou supostas irregularidades nos sistema eleitoral do país sem apresentar qualquer prova.