Nova tentativa do regime de Kiev de tomar de assalto a usina nuclear de Zaporozhia (ZNPP) – a maior da Europa – com uma operação anfíbia que envolveu 37 barcos e ataque de artilharia, fracassou na quarta-feira (19) em Energodar e foi repelida pelos defensores russos, segundo o governador provisório da região de Kherson, Vladimir Rogov.
“Após o bombardeio de artilharia da cidade, [os ucranianos] tentaram desembarcar, inclusive para capturar a Usina Nuclear de Zaporozhye. A luta continuou por várias horas, pelo menos três ou três e meia. A agressão foi evitada”, disse.
No início do dia, as autoridades locais relataram ataques de artilharia ucraniana a várias instalações importantes na cidade, incluindo a prefeitura. Uma estação de distribuição elétrica foi atingida, causando um apagão, assinalou o chefe da administração da cidade, Aleksandr Volga.
No final do dia, o Ministério da Defesa russo afirmou que o número de tropas envolvidas na operação ucraniana era de até duas companhias, usando 37 barcos de vários tipos. O informe acrescentou que Kiev perdeu mais de 90 soldados e 14 barcos na operação fracassada, enquanto suas forças restantes foram dispersadas pelo fogo da artilharia russa.
Energodar está sob controle russo desde março, como parte da operação russa de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia e de detenção da limpeza étnica contra os russos do Donbass. A cidade é parte de uma das quatro antigas regiões ucranianas historicamente de ascendência russa, que votaram no referendo do mês passado pela incorporação à Rússia.
Repetidos ataques de artilharia e drones ucranianos contra as instalações e as linhas de energia da usina nuclear de Zaporozhia vêm ameaçando provocar um desastre nuclear, enquanto Kiev mente dizendo que são “os russos” que bombardeiam a si mesmos.
O que foi denunciado pela Rússia como “terrorismo nuclear” cometido pelo regime Zelensky, enquanto o secretário geral da ONU, Antonio Guterres, classificou tais ataques contra uma usina nuclear de “ação suicida”.
Uma delegação da Agência Internacional de Energia Atômica visitou em setembro a usina nuclear, buscando uma solução que evite que se produza novos Fukushima ou Chernobyl. Na época, nem a presença da AIEA ali inibiu o regime de Kiev de atacar a ZNPP.
Após o resultado dos referendos e oficialização dos pedidos de incorporação de Kherson à Rússia, o governo de Moscou incluiu formalmente a usina em sua infraestrutura civil de energia atômica no início deste mês.
O governo russo decretou lei marcial nas quatro regiões que recentemente aprovaram em plebiscito a incorporação à pátria russa, para permitir que se desenvolvam da forma mais adequada as operações das forças russas contra uma ofensiva do regime de Kiev, com armas e supervisão dos EUA/Otan.
Na região de Kherson, a cidade de mesmo nome está sendo evacuada de civis, para a outra margem do rio Dniepr, em razão das repetidas tentativas das forças de Kiev de atingir a represa de Kakhovka, o que levaria à inundação da cidade, pondo em risco a vida das pessoas.
Por sua vez, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, alertou que o propósito de Washington de armar o regime de Kiev destruirá a Ucrânia. “Os norte-americanos seguem fornecendo armas para destruir a Ucrânia, um país patrocinado por eles há anos […]. O posicionamento de Washington, que aposta na escalada do conflito, levará a Ucrânia à destruição”, afirmou Maria Zakharova.
O MRE russo ainda observou que os EUA não visam a paz, a prosperidade e a instauração da democracia no território ucraniano. “Os norte-americanos planejaram usar a Ucrânia como base, polígono e instrumento”, destacou a porta-voz.
Abaixo, vídeo da Agência Sputnik mostra relato de um ucraniano do Donbass, hospitalizado, após sofrer de ataque de tropas ucranianas juntas com mercenários à área de sua moradia. A imagem é borrada para segurança da vítima.