Esvaziado, o ato de Brasília não atraiu nenhum militar e ainda foi dispersado pela chuva. Frustração levou os fascistas agredirem repórteres da Jovem Pan
Grupos de bolsonaristas inconformados com a derrota eleitoral do último dia 30 pretendiam fazer neste 15 de novembro um ato colossal pedindo pela décima vez um golpe militar contra a posse de Lula na Presidência. Com ônibus de graça, alimento garantido e faixas padronizadas, centenas de pessoas de várias partes do Brasil reuniram-se com os lunáticos que já estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Enquanto cerca de 100 caminhões novinhos se mantinham perfilados no estacionamento, todos com bandeiras do Brasil, também padronizadas e do mesmo tamanho, os grupos fascistas e bolsonaristas fanáticos, inclusive muitos monarquistas e seguidores da TFPs (seita Tradição, Família e Propriedade), marchavam, rezavam e esbravejavam pedindo que os militares saíssem dos quartéis para promover um golpe de Estado contra o resultado das eleições.
Para grande frustração dos golpistas, as Forças Armadas Brasileiras já haviam soltado uma nota negando irregularidades na eleição e dando por encerrado o assunto. Em todo o processo eleitoral, não foi detectado nenhum caso de fraude, não só pelas Forças Armadas, mas também por todas as outras instituições nacionais e internacionais que acompanharam o processo eleitoral brasileiro.
Entre os crimes cometidos por esses bandos de fascistas apoiadores de Bolsonaro, além dos bloqueios de estradas, está a agressão que eles tentaram fazer aos ministros do Supremo Tribunal Federal quando estes estiveram nos Estados Unidos na semana passada. Um grupo de lunáticos brasileiros que vivem nos EUA, entre eles a deputada que anda armada, Carla Zambelli, e um foragido da Justiça, Allan dos Santos, perseguiram e agrediram acintosamente os ministros do STF. O ministro Luiz Roberto Barroso, ao ser abordado nos EUA por um deles deu como resposta a seguinte frase: “perdeu, mané. Não amola!”
“PERDEU, MANÉ. NÃO AMOLA”
O “ato colossal” que abriria as portas para o golpe acabou fracassando. Muito pouca gente compareceu aos eventos organizados e financiados por empresários bolsonaristas. E ainda por cima, uma forte chuva caiu por volta das 12h e dispersou boa parte do protesto. Até então, os golpistas e afins circulavam por uma área entre o Eixo Monumental e o QG, próximo às barracas dos fascistas acampados em frente à sede do Exército que pedem intervenção militar. “Protestos” em várias partes do país também não tiveram o efeito esperado pelos bolsonaristas.
Os grupos de bolsonaristas inconformados não aceitaram até hoje o resultado do segundo turno das eleições que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As manifestações golpistas defendem com faixas em inglês a intervenção militar, a anulação do pleito e a dissolução da atual composição do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles cometem vários crimes ao defenderem abertamente um golpe, por meio de intervenção militar no governo, o que é uma afronta à constituição do Brasil e à democracia.
AGRESSÃO A JORNALISTAS DA JOVEM PAN
Os fascistas ficaram tão frustrados com o fracasso do ato em Brasília que agrediram jornalistas que foram cobrir o evento. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, que estava no local, dois repórteres e um cinegrafista da emissora foram hostilizados por cerca de 30 minutos. Os manifestantes gritavam para os jornalistas saírem do local e faziam ameaças.
A equipe da rádio Jovem Pan teve de sair sob escolta da frente ao quartel-geral do Exército em Brasília. Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), xingaram e fizeram ameaças a dois repórteres e um cinegrafista do veículo por cerca de 30 minutos.
Alguns mais exaltados tentaram impedir as entradas ao vivo dos repórteres. Outros ameaçavam dizendo que, “se mentissem”, iriam “sofrer as consequências”. “Deixa o cara fazer a matéria dele. Se ele falar que a gente quer intervenção [militar], a gente entra de novo. Se mentir, não vai trabalhar”, disse um dos lunáticos, segundo o jornal Folha de São Paulo.