Brasília e Pequim não endossaram a iniciativa que partiu dos EUA. Lula e Xi Jinping condenaram qualquer iniciativa de negociação de paz com a exclusão da Rússia. Zelensky ficou possesso
O chefe do regime nazista ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou irritação neste domingo (16) com o fato do Brasil e da China não terem apoiado a “conferência de paz” sem a Rússia, organizada pela OTAN na Suíça. Tanto os EUA como a OTAN, secundados pelo seu marionete ucraniano, decidiram fazer uma conferência, aparentemente, para discutir a paz com a Rússia, mas não convidaram Moscou para o evento.
O Brasil e a China não endossaram a iniciativa. O Brasil esvaziou a sua presença enviando a embaixadora no país sede e a China nem representante mandou. Os dois países, Brasil e China condenaram qualquer iniciativa de negociação de paz com a exclusão da Rússia. No mês passado, os governos dos dois países divulgaram uma resolução para a guerra entre Rússia e Ucrânia, defendendo negociação política para que a paz seja alcançada.
Numa conferência esvaziada – apenas 52 chefes de Estado estiveram presentes – Zelensky cobrou uma posição do Brasil que, junto com os demais integrantes do BRICS, se recusou a assinar o documento final do encontro. “E quando o Brasil e a China aderirem aos princípios que nos uniram, países civilizados, aqui hoje, ficaremos felizes em ouvir seus pensamentos, mesmo que às vezes eles não se alinhem com o que a maioria do mundo pensa”, disse Zelensky durante o encerramento do evento.
Durante a cúpula, Zelensky também criticou a China e disse que o governo de Xi Jinping deveria apresentar a proposta da paz diretamente aos ucranianos e não por meio dos meios de comunicação do país. “Eu acredito que a China poderia nos ajudar, e é por isso que eu gostaria que as propostas do lado chinês (fossem feitas) dentro do nosso diálogo. Não consigo receber propostas (feitas) em meios de comunicação”, afirmou o líder ucraniano.
Na última negociação de paz, ocorrida na Turquia, no início do conflito, os EUA proibiram Zelensky de fechar qualquer acordo com a Rússia.
Grande parte dos países do chamado “Sul Global”, incluindo o Brasil, não assinaram o documento final. Um representante do Partido Popular Suíço (SVP), o maior grupo na câmara baixa do Parlamento do país, criticou a ruptura da neutralidade que caracterizava o governo suíço. Nils Fiechter, chefe da ala jovem do SVP, disse que “a conferência não alcançará nada”. “A coisa toda é uma farsa absoluta e uma vergonha para o nosso país”, afirmou o político.
Durante uma coletiva de imprensa realizada ao fim de sua agenda de trabalho na Suíça e na Itália, na Cúpula do G7, o presidente Lula reafirmou a posição do Brasil em relação ao conflito em curso na Ucrânia. O presidente brasileiro explicou que declinou o convite, justificando que “o Brasil só participará de reunião para discutir a paz quando os dois lados em conflito estiverem sentados na mesa”.
Ele enfatizou que é impossível resolver o problema “reunindo só com um” dos envolvidos. “Estamos propondo que haja uma negociação efetiva. Que a gente coloque, definitivamente, a Rússia na mesa, o Zelensky na mesa, e vamos ver se é possível convencê-los de que a paz vai trazer melhor resultado do que a guerra”, afirmou o presidente.