A chamada “Marcha da Família Cristã pela Liberdade”, realizada no domingo (11), foi um grande fracasso, com pouquíssima adesão, apesar de ser convocada com muito estardalhaço e pompa nas redes sociais.
Os organizadores esperavam milhões de pessoas nas ruas, porém, por exemplo, no Distrito Federal, compareceram cerca de 150 pessoas, no horário de pico da manifestação.
Os atos foram convocados por entidades religiosas conservadoras para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou Estados e municípios a impor restrições a celebrações religiosas presenciais, como cultos e missas, em templos e igrejas enquanto a pandemia de Covid-19 não estiver controlada. O julgamento aconteceu na última quinta-feira (8).
Em Brasília, os manifestantes se encontraram pela manhã em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, carregando bandeiras e faixas com mensagens contra o veto às celebrações presenciais. Além de pedir “liberdade” para os cultos, houve quem apareceu no protesto carregando a bandeira do Império e a de Israel. Também não faltaram manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e incitação a um golpe de Estado, que é inconstitucional. Parte dos manifestantes não usava máscara de proteção no rosto.
O grupo seguiu em caminhada até o Congresso Nacional, acompanhado por carros de som. A Polícia Militar do Distrito Federal não informou quantas pessoas participaram do ato, que terminou por volta de 12h30. Porém, segundo uma imagem aérea divulgada pela PM, havia cerca de 150 pessoas no local por volta das 12h15.
Também com poucos participantes foram promovidos atos no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Belém. O protesto chegou a provocar tumulto na Avenida Atlântica, na Zona Sul do Rio, no início da tarde. Porém foi só tumulto mesmo porque manifestantes eram poucos.
Por volta das 12h45, o grupo ocupava apenas uma faixa da pista, na altura da Rua Bolívar. Cerca de 300 pessoas fizeram uma caminhada pelas ruas da região central de Belo Horizonte.
Em Belém, poucos manifestantes se concentraram às 9 horas na escadinha da Estação das Docas e foram até o Portal da Amazônia.
Manifestantes se reuniram por volta das 13 horas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e seguiram para a Avenida Paulista. A manifestação no local foi encerrada por volta das 17h15. Em Fortaleza, o protesto começou às 15 horas e não teve grande adesão. Manifestações semelhantes foram registradas ainda em outras cidades do país.
O nome escolhido para os atos faz menção à Marcha da Família com Deus pela Liberdade, movimento conservador orquestrado contra o governo de João Goulart e favorável à ditadura militar (1964-1985) que seria instaurada no Brasil.