O principal sindicato dos agricultores franceses, a Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA), anunciou a continuação dos bloqueios das refinarias e depósitos de combustível da Total. O protesto reivindica o fim da permissão dada pelo governo a massiva importação de palma para produção de biocombustíveis.
“Nós trabalhamos muito, mas não conseguimos o suficiente”, afirmou Christiane Lambert, uma das lideranças a frente dos protestos e dirigente da FNSEA, após se reunir com o ministro da Agricultura, Stéphane Travert.
Em resposta a uma Proposta da Total, Lambert afirmou que a oferta dos agricultores é muito superior a reserva de 50 mil toneladas de sementes de colza (similar à canola) francesa, e reiterou que o preço das sementes precisa se basear nos custos dos produtores, e não nos preços da palma, como deseja a Total. Dessa forma, ao impedir a importação de sementes de palma os agricultores buscam proteger o valor das sementes oleaginosas nacionais.
O bloqueio às refinarias teve inicio no domingo, e estava previsto para durar três dias caso fosse alcançado um acordo com o governo. Como resultado, de acordo com a Total, na terça-feira, 3,5% dos postos de gasolina na França estava sem combustível.
Ao todo, foram paralisadas 18 refinarias e depósitos de combustíveis. “Há algumas dificuldades para o abastecimento de postos de gasolina, particularmente em Paris e na região de Ilha da França”, afirmou um porta-voz da Total, pedindo que os consumidores não entrem em pânico em busca de combustível, o que poderia acelerar a escassez de combustível.