A greve contra o ataque aos trabalhadores pelo governo Macron, que inclui medidas de arrocho e demissões de mais de 120 mil trabalhadores, da qual participaram servidores públicos franceses foi acompanhada por 180 manifestações e atos por toda a França. A CGT estima em 500.000 o número de participantes nestes atos.
Diante do sucesso da paralisação, a CGT já convocou nova mobilização para o dia 19 de abril.
Com palavras de ordem os franceses repudiaram os cortes e demissões de milhares que vão acompanhados de farta distribuição de dividendos aos que adquiriram ações das parcelas privatizadas destas empresas.
Entre os participantes das paralisações e das manifestações destacaram-se os eletricitários, ferroviários e os controladores de voo.
A greve resultou em suspensão de serviços de transporte ferroviários em toda a França ao longo do dia 22. A companhia que administra transporte ferroviário entre países da Europa, a Eurostar também teve de cancelar diversas viagens, a exemplo da que liga França a Inglaterra.
Mais da metade dos voos internos foram cancelados, afetando particularmente os que partem do aeroporto de Orly, vizinho a Paris. Escolas, bibliotecas e creches ficaram fechadas. Hospitais atenderam a casos de emergência apenas.
As declarações de Baptiste Colin, estudante de engenharia que participou do ato em Paris, resume o sentimento de revolta contra as medidas de Macron que, segundo ela, quer “destruir os serviços públicos”.
“Este governo considera que o setor privado pode fazer tudo e que não há necessidade de servidores públicos. Mas a França precisa destes trabalhadores”.
As centrais sindicais que convocaram a greve e as marchas por todo o país, CGT, Force Ouvriere, Solidaires, CFE-CGC, CFTC, denunciam que as demissões, na maioria dos casos, não serão seguidas de recolocações e que, segundo os planos do governo, quando ocorrerem contratações, serão por trabalhadores terceirizados. Os trabalhadores exigem a suspensão dos cortes e novas medidas que atuem na direção oposta às que o governo está tomando: fortalecimento das estatais, dos serviços públicos e que os trabalhadores tenham as condições necessárias, em temos de salário e de pessoal, ao exercício destas funções.
Das manifestações participaram, em solidariedade aos servidores, trabalhadores de empresas privadas que atuam como terceirizadas nas estatais, trabalhadores sem carteira assinada, aposentados, desempregados, jovens e estudantes.
A manifestação de Paris partiu da Bastilha e foi engrossada pela convergência com o ato dos ferroviários que partiram em marcha a partir da Estação Central do Leste (Gare de lÉst).