Em meio a um conflito diplomático sobre incêndios na floresta amazônica, Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes ridicularizaram a aparência da primeira-dama francesa Brigitte Macron.
Em resposta a um internauta que comparou a primeira-dama francesa com a brasileira, Michelle, Bolsonaro escreveu no Facebook: “não humilha cara. Kkkkkkk” e Paulo Guedes voltou à carga durante uma palestra na terça-feira: “é feia mesmo”, ao que se seguiu uma série de risos de empresários.
Para a filha da primeira-dama francesa, Tiphaine Auzière, é preciso estar atento e mobilizado “para lutar contra a misoginia ordinária” escancarada em agressões como a de Bolsonaro.
Ao condenar os comentários “indignos”, o principal diplomata da França, Jean-Yves le Drian, destacou que “não se administra as relações internacionais como uma competição de insultos”. Jean-Yves sublinhou que “não confunde os atuais líderes [brasileiros] e a realidade do Brasil”.
A grosseria dos comentários provocou indignação nos dois países, com lideranças francesas protestando somando seu rechaço a Bolsonaro e brasileiras pedindo desculpas à mulher.
O próprio Macron destacou que Bolsonaro foi “extremamente desrespeitoso”, enquanto Paulo Guedes tentava se desdizer, reduzindo a agressão a um “piada”.
Bolsonaro rejeitou um pacote de ajuda de US $ 22 milhões anunciado por Macron na cúpula do G7, enquanto a agência de pesquisas espaciais brasileiras detectou mais de 72.000 focos de incêndio em 20 de agosto – um aumento de 84% no ano. Ao mesmo tempo em que agride os franceses, o governo brasileiro estimula a queimada por fazendeiros e madeireiros, que se utilizam ilegalmente da multiplicação dos incêndios para expandir criminosamente a fronteira agrícola das propriedades, limpar e preparar a terra para as colheitas.