“Nós democratas temos o dever histórico de impedir a reeleição de Bolsonaro em 2022. E derrotá-lo na disputa para a presidência da Câmara dos Deputados é etapa fundamental nessa caminhada”, disse Freixo, em carta divulgada nesta segunda-feira (21)
O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ), que disputou o segundo turno da Prefeitura do Rio em 2016, contra Marcelo Crivella, defendeu, nesta segunda-feira (21), a entrada de seu partido na coalizão liderada por Rodrigo Maia (DEM-RJ) para disputar a presidência da Câmara dos Deputados, cobrando “maturidade” de seus correligionários.
Contando com dez deputados federais, o Psol ainda não fechou questão sobre lançar candidatura própria ou apoiar outra. Seus dez votos dariam a vitória da frente democrática já no primeiro turno. “A deputada Fernanda Melchionna, ex-líder do Psol na Câmara Federal, e candidata do partido à Prefeitura de Porto Alegre em 2020, também defendeu a participação do partido na frente ampla contra Bolsonaro.
Segue a carta de Marcelo Freixo:
Em defesa do ingresso do Psol no Bloco Democrático na Câmara
O Psol tem a tradição de lançar candidaturas próprias à presidência da Câmara dos Deputados. Respeito essa tradição e tenho a convicção de que ela foi acertada em todas as anteriores à que acontecerá em fevereiro de 2021. Inclusive, eu concorri com Rodrigo Maia ao posto de presidente em 2019, com o apoio do PT.
Dois anos se passaram desde então, estamos chegando à metade do governo Bolsonaro e a democracia brasileira não é a mesma de fevereiro de 2019. Ameaças golpistas com pedidos de fechamento do Congresso Nacional e do STF endossadas pelo presidente; violência e disseminação de notícias falsas contra opositores sendo operadas dentro do Palácio do Planalto; políticas armamentistas que fortalecem a ação do crime organizado e a sabotagem negacionista no enfrentamento à pandemia, que já matou quase 200 mil pessoas, são exemplos do que está em jogo: a sobrevivência dos brasileiros, da República e do Estado de Direito.
Há enormes diferenças entre as dimensões que compõe essa coalizão, e essa união não tem a pretensão de eliminá-las. Nós temos e manteremos nossas concepções distintas sobre política, economia, cultura e o papel do Estado e sua relação com a sociedade. Entretanto, existe algo em comum que nos une e é muito maior do que as nossas diferenças: a crença nos valores do Estado Democrático de Direito e a certeza de que é nosso compromisso defendê-lo diante das ligações explícitas do presidente da República.
O bloco está formado e não há uma candidatura pré-definida. Essa escolha será debatida, assim como será discutido um programa comum, que deve dialogar com pautas históricas do Psol no parlamento: combate às desigualdades, fortalecimento do SUS, proteção das instituições democráticas, dos Direitos Humanos e preservação do Meio Ambiente.
Bolsonaro entende a importância que os embates políticos dentro do Congresso Nacional terão até a eleição de 2022, tanto que está distribuindo emendas e negociando cargos para tentar interferir no pleito. Ele inclusive já sinalizou publicamente que o próximo presidente, se for alinhado ao Planalto, deverá pautar projetos como a excludente de ilicitude, que nós derrotamos em 2019 ao retirá-la do pacote do ex-ministro Sérgio Moro.
Nós democratas temos o dever histórico de impedir a reeleição de Bolsonaro em 2022. E derrotá-lo na disputa para a presidência da Câmara dos Deputados é etapa fundamental nessa caminhada.
É preciso ter a clareza de que a eleição de 2022 começa agora, com a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. Por isso é muito importante que o Psol, um partido fundamental na defesa da democracia dentro e fora do Parlamento, demonstre maturidade e fortaleça o bloco democrático que está sendo construído para enfrentar Bolsonaro.
Diante das graves ameaças à vida dos brasileiros e à democracia, a nossa prioridade precisa ser aquilo que nos une, não o que nos separa.
Marcelo Freixo
Perfeito. A hora é de união total contra o fascismo.