“Fui direto no presidente”, diz deputado que nega à CPI ter procurado outro órgão para apresentar denúncias

Deputado Luis Miranda (DEM-DF). Foto: Edilson Rodrigues - Agência Senado
“O presidente falou com clareza que iria encaminhar ao DG [Diretor-Geral] da PF (Polícia Federal). E ele ainda citou que isso seria rolo de um deputado, que eu não lembro o nome”, disse Luis Miranda (DEM-DF)

Questionado pelo relator da CPI da Covod-19 no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), se haveria procurado outro órgão para apresentar as denúncias de irregularidades na compra da vacina Covaxin, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) negou.

À CPI da Covid-19 no Senado, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, e o irmão dele, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), explicam possíveis irregularidades do governo federal na compra da vacina indiana Covaxin.

O Palácio do Planalto nega qualquer problema na compra do imunizante.

“No caso da Covaxin fui direto no presidente da República (…)”, disse o deputado à CPI.

“O presidente falou com clareza que iria encaminhar ao DG [Diretor-Geral] da PF (Polícia Federal). E ele ainda citou que isso seria rolo de um deputado, que eu não lembro o nome. Mas o presidente sabe. Ele teria me poupado de passar por todo esse constrangimento. Ele sabe de quem é essa confusão”, disse o deputado.

Renan insistiu para que Luis Miranda lembrasse o nome do colega, mas o deputado não se recordou.

A CPI da Covid-19 no Senado, instalada em 27 de abril, investiga as ações, omissões e inações do governo federal relacionadas à gestão da pandemia do novo coronavírus que matou, até o momento, 511.032 brasileiros e brasileiras.

ENTENDA O CASO

Luis Ricardo é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele relatou ao MPF e à imprensa ter recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech.

A negociação está sob suspeita em razão do valor unitário das vacinas — US$ 15 cada —, e da participação de empresa intermediária, a Precisa Medicamentos. O deputado Luis Miranda, em entrevista à CNN, disse ter alertado diretamente o presidente Jair Bolsonaro sobre as suspeitas.

O requerimento que convidou os depoentes foi apresentado pelo relator da CPI, Renan Calheiros.

Renan e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), relataram preocupação com a segurança dos depoentes. Aziz solicitou à PF proteção para os irmãos.

M. V.

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