Fujian, o mais poderoso porta-aviões da China, entra em operação

O presidente Xi Jinping participou do lançamento do Fujian (Foto: Xinhua)

O navio, de 80 mil toneladas, pode levar estimados 50 aeronaves e simboliza o avanço tecnológico e a expansão da Marinha chinesa no cenário global

Com a presença do presidente Xi Jinping, a China colocou em operação nesta sexta-feira (7) seu mais poderoso porta-aviões, o Fujian. O navio de 80 mil toneladas, pode levar estimados 50 aeronaves e simboliza o avanço tecnológico e a expansão da Marinha chinesa no cenário global. A embarcação está na categoria dos super porta-aviões pelo porte, estimados 316 metros e usa catapultas eletromagnéticas, uma tecnologia mais eficiente do que as tradicionais a vapor.

Com o Fujian, a China entra oficialmente na era dos três porta-aviões, ao lado do Liaoning e do Shandong, consolidando sua posição como uma potência naval de alcance global. A cerimônia contou com cerca de 2 mil representantes da Marinha e das instituições envolvidas na construção do navio, de acordo com a Xinhua.

Segundo a Xinhua, a adoção do sistema de catapultas eletromagnéticas foi uma decisão pessoal de Xi Jinping, que também visitou a área de controle do sistema para acompanhar os procedimentos operacionais. Ele inspecionou ainda as instalações de convivência da tripulação, incluindo refeitórios e camarotes, simbolizando sua atenção às condições de vida dos marinheiros.

Porta-aviões Fujian, de fabriação chinesa (reprodução)

Em setembro a Marinha chinesa anunciou que o Fujian havia concluído com sucesso o primeiro treinamento de decolagem assistida por catapulta e pouso com parada envolvendo os caças J-15T e J-35, além do KJ-600. O avanço confirma o progresso da integração entre as novas aeronaves e o sistema eletromagnético do porta-aviões.

O analista militar Song Zhongping afirmou ao Global Times que o Fujian representa “a nova geração de porta-aviões chineses”, capaz de competir em igualdade tecnológica com as maiores frotas do mundo. Ele ressaltou, no entanto, que “os verdadeiros testes virão na preparação para o combate real e confrontos simulados”, que definirão o desempenho estratégico da embarcação.

Mais do que um avanço técnico, o Fujian reflete a intenção chinesa de projetar poder marítimo e proteger seus interesses estratégicos – sempre sob a bandeira da “defesa nacional e manutenção da estabilidade regional”, conforme reiteram as autoridades do país.

Entre as aeronaves que o n navio pode levar, estão os caças J-15T e J-35 e o avião-radar KJ-600. Enquanto o J-15T é uma atualização do modelo já o empregado nos dois outros porta-aviões do país, os dois últimos trazem uma revolução para a capacidade chinesa. O J-35 é um avião de quinta geração furtivo ao radar que, à distância, que lembra muito o americano F-35, também é operado de porta-aviões. Já o KJ-600 é um turboélice de comando e controle, feito para triangular as operações dos caças e outras aeronaves. Também foi apresentado um novo helicóptero naval, o Z-20F.

O plano chinês é operar, até 2035, ao menos seis desses gigantes. Apenas dez nações do mundo têm porta-aviões. De propulsão nuclear, só EUA e França. O Brasil já teve o modelo convencional, mas hoje usa como nau-capitânia o Atlântico, um porta-helicópteros. Em números, a marinha chinesa já é maior do que a americana. Antes do Fujian, de desenho próprio, ela operava dois modelos derivados de projetos soviéticos, um comprado da Ucrânia e outro, feito na China.

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