
Os trabalhadores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vão realizar uma série de mobilizações no próximo dia 27 e cruzar os braços na terça-feira (28), em protesto contra as privatizações de serviços públicos prometidas ou já em curso, levadas a cabo pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Outras categorias, como educadores da rede estadual de ensino e servidores da Fundação Casa, também vão se juntar ao movimento contra as privatizações, terceirizações e cortes de investimentos.
“Vamos fazer uma greve unificada contra o plano de privatizações do governador Tarcísio, contra os planos de terceirização, contra as demissões feitas de diretores sindicais e também os cortes de verbas na educação”, disse a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa.
Camila também informou que, “se o governador aceitar”, os metroviários “se dispõem a trabalhar com catraca livre”.
A decisão foi tomada em assembleia das categorias. Os ferroviários, na noite de quarta-feira (22); os metroviários, que realizam a terceira paralisação em dois meses, na quinta (23). Os trabalhadores da Sabesp – cujo projeto de privatização do governador avança na Assembleia Legislativa do Estado -, que estão em mobilização permanente para tentar barrar a iniciativa, farão uma assembleia no dia 27 apenas para ratificar a participação na greve unificada.
“Será um sonoro não às privatizações de Tarcísio de Freitas, que ataca trabalhadores e o direito da população à água, ao transporte e à educação públicos”, afirmou a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema).“Faremos uma mobilização maior que a greve de 3 de outubro para denunciar para a população o ataque do governador Tarcísio contra os serviços essenciais em São Paulo e também protestar contra a retirada de recursos da educação”.
Segundo Camila Lisboa, “mesmo depois do apagão da Enel, o governador insiste em privatizar um serviço essencial como a Sabesp, motivo pelo qual todo mundo se unificou, junto com as outras razões que eu já citei, para fazer um dia de luta no próximo dia 28″.
Desde que assumiu o governo, Tarcísio de Freitas vem reafirmando a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do Metrô que ainda estão sob administração da empresa pública. Em relação à Sabesp, o governo tem feito tudo para acelerar a aprovação do seu projeto de privatização na Assembleia, onde tramita em regime de urgência e, por meio de manobras da base governista, sem a devida discussão em cada uma das comissões. Com isso, o projeto pode ir a votação a toque de caixa nas próximas semanas.
“A privatização dos serviços de energia elétrica cobrou a conta quando milhões de paulistas ficaram sem energia por mais de uma semana. Abandonados à própria sorte sem saber a quem recorrer. A CPI da Enel na Assembleia alerta para uma situação que pode acontecer se a Sabesp for privatizada. Água é um direito humano e não deve ser tratada como mercadoria”, afirma a direção do Sintaema.