Nos EUA, a instituição de pilantropia que atende pelo nome de Fundação Donald J. Trump concordou, conforme a procuradora-geral de Nova Iorque, Bárbara Underwood, em se dissolver sob supervisão judicial, após ser flagrada como um “cheque em branco” para os interesses comerciais e pessoais de Trump e seus filhos (e evitar pagar impostos).
Como assinalou Underwood, a Fundação Trump se caracterizou por “persistente conduta ilegal” por mais de uma década e, após fechada, seus bens serão distribuídos pela justiça entre instituições de beneficência.
“É uma importante vitória para o império da lei, deixando claro que as regras são iguais para todos”, afirmou a procuradora, em comunicado na terça-feira.
A porta-voz da procuradora, Amy Spitalnick, denunciara já em agosto que “como nosso processo detalhou, a Fundação Trump funcionou como um cofre pessoal para servir aos interesses empresariais e políticos de Trump”.
A ação judicial afirma ainda que Trump usava os ativos da fundação para adquirir artigos pessoais, pagar seus advogados e promover seus hotéis e negócios. A fachada também serviu para “extensa coordenação política ilegal” com a campanha presidencial do bilionário.
A Fundação Trump, conforme as investigações, também servia de canal para “repetidas e intencionais transações entre empresas do mesmo grupo em benefício dos interesses pessoais e empresariais de Trump”, além de “violar as obrigações legais básicas para fundações sem fins lucrativos”.
A praga das fundações pilantrópicas – praticamente não há um ex-presidente dos EUA ou um magnata que não tenha uma – acabou exportada para países ao sul do Equador. Contra a Fundação Clinton não faltam denúncias, nem impressões digitais. Quanto à mais nova fundação em operação, a Biblioteca Obama, conforme o New York Times, tinha como meta arrecadar US$ 1 bilhão depois do fim do mandato. Apesar do olho de vidro, o que tem de banqueiro com coração mole nos EUA, não é brinquedo.