Ao fim do oitavo dia da greve dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) aceitou a contraproposta do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e decidiu por indicar à categoria o fim da paralisação, iniciada no último dia 15.
A proposta agora será submetida às assembleias da categoria, que já tiveram início a partir da noite de segunda-feira (22).
“Após a Petrobrás garantir que não haverá punições para os grevistas e que todas as empresas subsidiárias irão acompanhar o acordo conquistado, o Conselho Deliberativo da FUP, por ampla maioria, indicou a aceitação da contraproposta e a suspensão da greve”, afirmou coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
De acordo com Bacelar, várias das reivindicações da categoria foram aceitas pela direção da Petrobrás, que agora “se somam aos avanços que a greve já havia arrancado e que resultaram no atendimento dos três eixos da campanha reivindicatória”.
Conforme declarou em nota à imprensa, a paralisação garantiu avanços econômicos, sociais e estruturais no ACT como, pagamento de abono, reajustes no vale-alimentação e vale-refeição, criação de auxílio alimentação mensal, redução da participação dos trabalhadores nos custos de transporte e deslocamento, avanços nas condições de trabalho no offshore e em unidades em parada de manutenção, fortalecimento da saúde e segurança no trabalho, entre outras reivindicações.
Além disso, também ficou acordado a garantia de que não haverá punições aos grevistas, o abono de 50% dos dias parados e o desconto dos demais sem reflexos ou a opção por banco de horas.
Em relação aos Planos de Equacionamento dos Déficits da Petros (PEDs) – fundo de pensão da Petros –, uma das principais demandas dos petroleiros, que penaliza aposentados e pensionistas. De acordo com a FUP, a Petrobrás formalizou a apresentação da carta-compromisso para a sua solução dos PEDs, atendendo as tratativas feitas previamente com a Federação.
FNP RECOMENDA MANUTENÇÃO DA GREVE
Em contraponto à posição da FUP, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) orientou as suas bases a rejeitar a proposta da companhia e manter a greve.
“Lamentavelmente, além de pouco avançar nos pleitos da categoria, hoje foi mais um dia de distribuição de dividendos aos acionistas, enquanto nossas demandas por um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) reparatório e que valorize os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema seguem rebaixadas”, diz comunicado da FNP.
Segundo a FNP, a proposta foi rejeitada pela categoria nas assembleias do Sindipetro-RJ, Litoral Paulista, Amazona, Alagoas e Sergipe.
