Torrado, Bolsonaro diz que o presidente da legenda, Luciano Bivar, está “queimado”
O furdunço no PSL continua crescendo e uma ala dele divulgou um manifesto cobrando de Jair Bolsonaro que não abafe “os casos do Queiroz e do ministro do Turismo”.
No documento veiculado na terça-feira (8), membros do partido, entre eles o deputado federal Júnio Bozella (SP), criticam Bolsonaro e dizem que ele deveria ser grato ao partido e ao presidente da legenda, Luciano Bivar.
Na saída do Palácio do Alvorada, na manhã da terça-feira, um homem se apresentou a Bolsonaro como pré-candidato no Recife pelo PSL. Bolsonaro, então, cochichou em seu ouvido: “Esquece o PSL”. Ainda assim, o rapaz gravou um vídeo junto a Bolsonaro em que diz: “Eu, Bolsonaro e Bivar juntos por um novo Recife”. Bolsonaro então pediu para que ele não divulgasse a gravação.
“Ô cara, não divulga isso, não. Ô cara, Bivar está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”, disse. A conversa foi gravada por um dos apoiadores e publicada no canal do Youtube “Cafezinho com pimenta”. Assim que Bolsonaro repreendeu o rapaz, ele respondeu que iria esquecer o PSL e gravou um novo vídeo suprimindo o nome do partido e do dirigente. “Viva o Recife, eu e Bolsonaro”.
De acordo com o texto da ala do PSL, Bivar deve voltar a controlar o partido, e não Flávio e Eduardo Bolsonaro, que tentam mandar na legenda no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
“Combinado não sai caro. O acertado era que, depois, ele [Bivar] naturalmente retomaria as funções do partido que fundou”, afirmam os membros do partido, revelando um acordão.
Para o deputado Júnior Bozella, o PSL se tornará um “PT da direita” caso continue acobertando casos com o de Fabrício Queiroz, que recolhia o dinheiro dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e passava ao deputado, e do ministro do Turismo de Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, que promoveu candidaturas laranjas em Minas Gerais para se apossar do dinheiro vindo do fundo eleitoral.
“Temos o caso do Queiroz e o do ministro do Turismo, e o presidente tenta encobrir esses dois assuntos ao mesmo tempo em que desfere ataques indevidos ao PSL”, afirmou Bozella.
“O partido não pode deixar de advertir aqueles que vão contra as bandeiras que nos elegeram, como o combate à corrupção”, acrescentou.
“O partido é um partido de bem, conduzido por pessoas de bem. Se Bivar não tivesse aberto as portas, o presidente fatalmente não teria tido legenda para concorrer em 2018. Se hoje ele é o que é, deve isso ao deputado Bivar e ao PSL”.
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