Na manhã de quarta-feira (07/11) apareceu a notícia de que a equipe econômica de Jair Bolsonaro pretendia propor a “fusão” do Banco do Brasil (BB) e do Bank of America (BofA).
Houve pessoas de bom senso que pensaram que se tratava de uma piada; outras, acharam que os surrealistas tinham tomado o poder.
Ledo engano. A fonte da notícia era mesmo a “equipe de transição” de Bolsonaro. Foi o próprio Paulo Guedes, que Bolsonaro quer como “ministro da Economia”, o autor da ideia, “para tornar a economia brasileira mais aberta e liberal”.
Evidentemente, uma “fusão” do Banco do Brasil com o Bank of America somente poderia significar a privatização, entrega e absorção do maior banco brasileiro – e maior banco público – pelo segundo maior banco privado dos EUA – e o domínio quase completo do crédito, dentro do país, a começar por todo o crédito rural, por um monopólio financeiro externo.
No entanto, as mesmas fontes da equipe de Guedes diziam que o objetivo era “aumentar a competição” no setor bancário.
Como nada fazia lé com lé, nem cré com cré, houve uma certa celeuma, que só não foi maior pela incredulidade de muitos, nessa época em que se fala tanto de “fake news”.
Porém, à tarde, Paulo Guedes confirmou que a ideia existia, mas que a discussão sobre a “fusão” do BB com o BofA era “conceitual”:
“Evidentemente”, disse Guedes, “que não se trata de plano de governo. É uma ideia para ser discutida, se for o caso, lá no futuro.”
Disse ele que a ideia surgiu quando foi convidar o atual presidente do Bank of America para a América Latina, Alexandre Bettamio, para assumir a presidência do Banco do Brasil.
Bettamio recusou o convite de Guedes, pois não quer sair dos EUA:
“Aí eu disse a ele”, declarou Guedes”, de maneira informal e quase brincando: ‘Poxa, sabe que você está me dando uma boa ideia? Quem sabe no futuro, algum dia, tem a fusão do Banco do Brasil com o Bank of America? Aí você vai ter de trocar e o Banco do Brasil ainda terá mais ações no Bank of America do que qualquer americano’. Foi só isso. Evidentemente que não se trata de plano de governo. É uma ideia para ser discutida, se for o caso, lá no futuro”.
C.L.
o entreguismo dessa gente não tem limites…