A juíza federal substituta da Justiça Militar Mariana Queiroz Aquino aceitou, neste sábado (11), a denúncia do Ministério Público Militar contra os 12 militares do Exército que participaram da fuzilaria em Guadalupe no dia 7 de abril causando a morte, na hora, do músico Evaldo Rosa dos Santos e, posteriormente, do catador Luciano Macedo.
Em perícia realizada no local foi constatado que os militares dispararam 257 tiros de fuzil e de pistola. O carro, que seguia com a família para um chá de bebê, foi atingido por 62 disparos. No carro estavam Evaldo Rosa, seu sogro, Sérgio Araújo, ferido no ataque, sua esposa, Luciana Nogueira, seu filho de sete anos, Davi, e uma amiga da família, Michelle Neves.
O sogro do músico, Sérgio Gonçalves de Araújo, ficou ferido na ação. O catador, Luciano Macedo, tentou ajudar a família e foi atingido nas costas. Luciano veio a falecer no hospital alguns dias depois de ser alvejado. Nenhum militar prestou socorro aos atingidos, inclusive, nem mesmo a Luciano, que estava gravemente ferido.
Pela decisão da Justiça Militar, todos os envolvidos viraram réus.
Dos 12 denunciados, nove estão presos desde o dia 7 de abril, quando aconteceu o crime. Eles aguardam a investigação detidos em uma unidade militar. A defesa dos militares entrou com um pedido de liminar no Superior Tribunal Militar (STM) para acompanharem em liberdade a investigação.
A sessão do STM que analisa o pedido da defesa ainda não foi concluída. Leia aqui: Ministra do STM sobre Guadalupe: “um esquema engendrado para escamotear a verdade”.
Os militares denunciados são Italo da Silva Nunes, Fabio Henrique Souza, Paulo Henrique Araújo, Leonardo Oliveira de Souza, Wilian Patrick Pinto, Gabriel Christian Honorato, Matheus Sant’Anna Claudino, Marlon Conceição da Silva, João Lucas da Costa, Gabriel da Silva de Barros, Vitor Borges de Oliveira e Leonardo Delfino Costa.
Os militares vão responder por homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificada e omissão de socorro.
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