Secretário-executivo do Ministério da Fazenda foi indicado pelo governo para a diretoria de Política Monetária do Banco Central
Indicado para assumir o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), o atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou na terça-feira (9) que “todo mundo quer baixar os juros”.
“Acho que o que vem sendo feito pela Fazenda é tentar criar um ambiente para que o mercado possa colocar os preços da maneira adequada e o BC possa sancionar essa redução”, afirmou Galípolo, em coletiva à imprensa.
Na segunda-feira (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou as indicações do número 2 da pasta e ex-presidente do Banco Fator, Gabriel Galípolo e do auditor chefe no Banco Central, Ailton Aquino dos Santos, para comporem a diretoria do BC e, consequentemente, do Comitê de Política Monetária do BC, responsável por decidir a taxa básica de juros no País, hoje em 13,75% ao ano, criando dificuldades ao setor produtivo brasileiro e empurrando a economia para recessão, o que justifica as sucessivas críticas do governo federal a atual gestão do BC.
As indicações de Galípolo e Santos, que ocupará a diretoria de fiscalização do Banco Central, serão avaliadas pelo Senado Federal.
O nome do atual secretário-executivo para ocupar um cargo na diretoria do BC foi recebida com críticas por boa parte dos representantes do mercado financeiro, que alegam que, por Galípolo participar das decisões do governo, a lei que garante a “autonomia” do BC estaria sendo desrespeitada. A essa crítica, Galípolo lembrou que o BC é uma “autarquia” e “cada governo que chegar vai indicar os seus diretores, e me parece trivial e esperado que os indicados tenham algum tipo de alinhamento [com o governo]”, disse.
“Me parece que a crítica está associada à ideia de que o ministro Fernando Haddad e o presidente indicaram alguém que está afinado com o governo. O que seria muito estranho se fosse diferente, se eles indicassem alguém desafinado. Me parece que está sendo cumprido o que prevê a lei da autonomia do Banco Central”, declarou Galípolo, que é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).