Prioridade é entregar Eletrobrás e poder demitir servidores para acabar com serviço público
O ministro “sem pasta”, ou melhor, “sem ministério”, Onyx Lorenzoni, cumpriu, na segunda-feira (03), a função de garachué (moleque de recados) de Bolsonaro e levou ao Congresso Nacional a mensagem do “chefe” para o ano de 2020. Nela se destaca a insistência do governo em seguir vendendo o Brasil e desmontando tudo o que é público.
A fixação dos assaltantes do patrimônio é agradar as multinacionais, bajular Trump e encher as burras dos que vivem da especulação financeira. A única “meta” de Bolsonaro e Guedes é acabar com o Estado Nacional e colocar o Brasil de joelhos diante dos Estados Unidos.
Não satisfeito com os desmonte de órgãos públicos como o INSS, que, por falta de funcionários, está deixando dois milhões de brasileiros no desespero, o governo tem como prioridade para este ano (pasmem) não só estrangular com a falta de reposição de servidores, mas poder demitir servidores públicos.
Não basta que eles tenham proibido a realização de concursos públicos para repor servidores em órgãos como o INSS, ou para repor professores nos institutos, nas universidades federais, nos hospitais, agora eles querem demitir, ou seja, radicalizar a destruição das instituições públicas que foram criadas por várias gerações desde Getúlio
A demissão que Bolsonaro e Guedes querem impor ao servidores não é, como eles apregoam, para combater uma suposta ineficiência que eles por ventura pudessem ter. Eles querem exatamente o contrário. Vão perseguir principalmente os funcionários mais comprometidos com o serviço público. Vão demitir aqueles cujo empenho maior é o de servir bem à população. Vão chantagear exatamente aqueles que lutam contra o desmonte do Estado e a destruição do Brasil.
O que Bolsonaro vai querer são “servidores” tipo Weintraub, Onyx, Mattar e outros serviçais que concordem com suas intenções de “acabar com o Estado”. “Vamos reduzir ao máximo o Estado”, prometeu o presidente no mesmo dia na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo).
Ele quer servidores comprometidos com essa “causa”. A causa do desmonte. Ou seja, ele quer servidores que o ajudem a acabar com o Estado. Ele quer servidores que trabalhem para que o Brasil tenha menos escolas públicas, menos universidades públicas, menos INSS, menos hospitais públicos, mais casas desabando por falta de obras públicas, etc, etc.
Imaginem como será o “mecanismo de avaliação de desempenho” dos servidores, que Bolsonaro diz que pretende criar. Como os “chefetes” nomeados por ele e por Guedes vão avaliar, por exemplo, o funcionário que abortou uma operação de desmatamento ilegal na Amazônia e destruiu tratores e equipamentos utilizados ilegalmente pelos criminosos?
Pensem em como seria avaliado o funcionário que multou Bolsonaro por cometer um crime ambiental de pescar numa área de preservação de Angra do Reis. Ou como seria avaliado um funcionário do porte de um Ricardo Galvão, ex-diretor do INPE Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), que foi chamado de mentiroso publicamente por Bolsonaro, quando alertou para o aumento das queimadas no Brasil. Que desempenho seria medido?
Outra “prioridade” de Bolsonaro e Guedes, que o serviçal Onyx levou ao Congresso na segunda-feira, foi a venda da Eletrobrás. Uma promessa feita diretamente aos possíveis compradores estrangeiros. Guedes vive oferecendo a empresa de energia que é a base de nossa economia e é altamente lucrativa, a preço de banana nos fóruns internacionais por onde passa.
O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, outro “servidor exemplar”, disse na terça-feira, 29 de janeiro, na Latin America Investment Conference, evento promovido pelo banco Credit Suisse que o governo vai dobrar o Congresso para vender a empresa. “Tenho compromisso com a privatização”, disse ele, confessando que terá que vencer a grande resistência do Congresso Nacional.
A “reforma tributária” que o governo diz que quer fazer, não passa de mais uma tentativa de aprofundar o arrocho sobre os estados e os municípios, com os ataques que Bolsonaro faz ao ICMS, fonte principal de suas arrecadações (20% de suas arrecadações), lembrando que 25% do ICMS arrecadado pelos estados são repassados aos municípios. Eles desejam também aumentar a carga tributária com a recriação, defendida sorrateiramente por Guedes, da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
Além de outras medidas que visam atormentar a sociedade, perseguir trabalhadores, inviabilizar a produção nacional e beneficiar multinacionais, bancos estrangeiros e todo tipo de especulador, a mensagem fez uma análise completamente lunática da situação do país. Parecia que quem escreveu o documento está no mundo da lua ou de outro planeta qualquer.
Dizer que a economia do país está uma maravilha e que o Brasil está no caminho certo é caso de internação psiquiátrica. O Brasil está no fundo do poço.
São mais de 11 milhões de desempregados e quem consegue algum trabalho é como flanelinha, camelô, ou outro trabalho precário. Já são mais de 35 milhões de pessoas nestas condições.
São 24 mil pessoas perambulando pelas ruas de São Paulo, sem moradia. Não há empregos. A produção industrial está em queda (-1,1% em 2019), as indústrias brasileiras estão fechando as portas e os brasileiros estão sem perspectiva de futuro. Muito deles estão indo tentar a vida fora e acabam voltando algemados… e com o apoio de Bolsoanro.
Este é o quadro que Bolsonaro, Guedes e suas milícias estão pintando como uma maravilha que está “dando certo”.
Leia mais