Garoto sírio relata como aconteceu a encenação do ‘ataque químico’

No alto, Hassan Diab no “vídeo de Douma”, acima, com o pai e um repórter (Montagem de imagem de vídeo e foto)

Suposta “vítima” mostrada no “vídeo de Douma”, Hassan Diab, de 11 anos, contou tudo. Gritavam que era gás e “vão para o hospital”, onde foi filmado. Seu pai confirmou: “não havia ataque químico algum”.

Um dos principais personagens do “vídeo do ‘ataque químico’ de Douma” – o menino visto sendo intensamente aspergido de água no hospital – foi mostrado em reportagem de uma emissora russa e depois na RT-Árabe, a quem relatou como tudo se deu naquele 7 de abril. A suposta “vítima” cuja face correu mundo é Hassan Diab, de 11 anos.

“Nós estávamos em um porão. Mamãe me disse que não havia nada para comer e que comeríamos amanhã. Ouvimos gritos na rua de “vão para o hospital”. “Fui imediatamente levado escada acima no hospital e eles começaram a jogar água em mim”, acrescentou o menino. Hassan mostrou aos jornalistas russos aonde foi feita a gravação.

“Os médicos começaram a nos filmar, eles estavam jogando e fazendo vídeos”, contou Hassan. “Depois fomos colocados em camas ao lado de outras pessoas”. O correspondente russo que o achou, Yevgeny Poddubny, revelou como o menino foi induzido a participar da encenação. “A criança não tinha nada para comer, ele recebeu arroz, tâmaras e biscoitos para essa sessão”.

Hassan percorreu o hospital ao lado de uma repórter da RT-Árabe. Ele sabia onde estavam as mangueiras usadas para jogar água nas “vítimas”, a conduziu até o andar superior onde ficam as camas e para onde foi levado após ser encharcado de água.

Também o pai de Hassan confirmou que não houve ataque químico algum, assim que soube que os filhos estavam no hospital e correu para lá. Ele relatou que se surpreendeu ao ver a esposa e os filhos quando chegou ali. “Perguntei o que havia acontecido e por que os olhos de meu filho estavam vermelhos. Soube que estavam assim por causa da água. Estava frio, podia ter ficado doente, estava sem roupa”.

Quando decidiu levar o filho, foi-lhe dito pelos ativistas que “ainda precisavam” dele, “mas o levei assim mesmo”. “Logo, junto com um colega, vi o vídeo, que me fez rir”, acrescentou. A reportagem mostrou Hassan e o pai juntos.

O relato do menino Hassan confirma declarações já feitas por médicos que estavam no hospital de Douma no momento em que a encenação ocorreu, como Mirwan Jaber, que disse jamais haver tratado algum paciente exposto a agente químico, assim como seus colegas de profissão.

Sobre o dia 7, Jaber lembrou que “muitas pessoas invadiram o hospital, mas não eram nossos funcionários e não acho que fossem médicos absolutamente. Eles começaram a gritar algo sobre um ataque químico jogando água e tudo isso foi filmado”, e o pânico se instalou. Ele acrescentou que os médicos se aproximaram das pessoas que haviam sido ensopadas de água, e que estas não tinham qualquer sinal de armas químicas.

Conforme o médico, sintomas indicando que uma pessoa foi afetada por agente de guerra química incluem queimaduras ou feridas na pele e olhos, bem como tosse, dor no peito, tontura, náusea, sonolência, defecação e urinação involuntária, acne, rashes e pupilas severamente estreitadas. “Os participantes do vídeo encenado não tinham esses sintomas”. Ele chamou a atenção para que o uso de armas químicas tipicamente leva à morte de animais e insetos na zona de matança, onde também as árvores e a grama murcham.

O embaixador da Rússia junto ao Conselho de Segurança da ONU, Vassily Nebenzia, já anunciou que irá exibir no CS as reportagens feitas com o menino, e também com seu pai, e que demonstram que tudo não passou de uma encenação para dar pretexto às potências ocidentais manter a guerra em aberto na Síria.

Sob o pretexto do ataque químico de Douma, os governos Trump e seus vassalos Macron e May violaram a Carta da ONU e a lei internacional, e inclusive a jurisprudência de Nuremberg que o “supremo crime que condensa todos os demais é a guerra de agressão a uma nação soberana”. Pela Carta da ONU, apenas é legal ataque em caso de legítima defesa ou expressa permissão do Conselho de Segurança.

ANTONIO PIMENTA

 

 

 

 

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