Com a economia paralisada e o desemprego aumentando, o governo Temer continua arrancando o couro da população. Além do aumento no preço do botijão de gás (ver matéria na página), nesta quinta-feira (5), o preço da gasolina sobe mais uma vez.
Com o anúncio feito na quarta-feira, o preço da gasolina A nas refinarias da Petrobrás passará de R$ 1,9854 por litro para R$ 2,0033. E como não há qualquer controle da parte do governo sobre a distribuição, os preços nos postos em algumas regiões do país ultrapassam quatro reais.
Na terça-feira (3) fez um ano do início dos reajustes diários nos combustíveis, impostos por Pedro Parente, então presidente da Petrobrás, desde então o preço da gasolina nas refinarias subiu 52,4% e o preço do diesel aumentou 49,9% no período.
Segundo Parente, o reajuste de preços diários nas refinarias estariam de acordo com a “paridade internacional”, segundo as oscilações do preço no mercado internacional. Para isso, até o furacão Harley nos Estados Unidos serviu de pretexto para o aumento do combustível no Brasil em agosto do ano passado.
Como denunciou a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), os preços praticados por Parente estavam acima da paridade internacional. “Foram praticados preços mais altos que viabilizaram a importação por concorrentes. A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada. A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes. A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel importado dos EUA que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 deve chegar a 82% do total importado pelo Brasil”.
Com essa política, “ganharam os produtores norte-americanos, os “traders” multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil. Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobrás, a União e os estados federados com os impactos recessivos e na arrecadação. Batizamos essa política de “America first!”, “Os Estados Unidos primeiro!”, denunciou a entidade.
O governo ignorou o alerta feito pelos caminhoneiros, que pararam o país em maio deste ano com amplo apoio da população. Ainda que tenha feito uma redução no preço do diesel, atendendo a reivindicação dos caminhoneiros, Temer coloca lenha na fogueira ao manter a política de reajuste diários no preço da gasolina.
O preço do diesel segue em R$ 2,0316 por litro desde 1º de junho, quando a estatal reduziu em R$ 0,07 o preço, após a greve dos caminhoneiros.