Geddel usava vacas para lavar dinheiro do quadrilhão do PMDB

Ex-auxiliar de Temer falsificava número de cabeças

Não era exclusividade da família Picciani lavar dinheiro com venda fictícia de gado no modus operandi da quadrilha peemedebista. A Polícia Federal apontou fortes indícios de que o ex-ministro de Lula e Temer, Geddel Vieira Lima, também usou gado de papel para lavar R$ 6,5 milhões. Eles teriam simulado a venda de 2,5 mil cabeças de gado que não existiam. A família Vieira Lima é proprietária de 12 fazendas.

Os policiais suspeitaram da operação fraudulenta com gado quando encontraram documentos durante diligências realizadas no apartamento de Marluce Vieira Lima, mãe de Geddel e do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Os documentos revelam anotações feitas a mão sobre o rebanho dos Vieira Lima. Segundo a PF há indícios de uma simulação do nascimento de novilhos e da venda desses animais, o que daria uma aparência de origem legal ao dinheiro obtido por meio de propinas.

O controle interno da família de Geddel mostra que há 9.296 animais nas fazendas dos Vieira Lima. No entanto, a Polícia Federal ressalta no relatório que as fichas sanitárias emitidas pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) indicam um total de 11.855 animais nas propriedades do ex-ministro. Ou seja, 2.549 animais a mais do que consta na caderneta de controle manual. A PF destaca que esse número maior de animais é autodeclaratório: não há fiscalização para confirmar a contagem informada.

Além da lavagem de dinheiro por meio da venda fictícia de animais, os investigadores da Lava Jato acreditam que a família de Geddel também forjava o aluguel de maquinário agrícola para legalizar dinheiro. Ainda de acordo com a PF, para disfarçar a operação com máquinas agrícolas, os Vieira Lima usavam a empresa de Valério Júnior, que declarou ser secretário parlamentar de Lúcio Vieira Lima desde 2009. Valério Júnior pediu demissão em setembro, após a descoberta dos R$ 51 milhões no apartamento de Salvador. Os policiais federais observaram no relatório que o aluguel de elevado número de máquinas, por mais de 12 horas por dia ao longo de três anos, reforça as suspeitas em torno da prestação do serviço.

 

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *