Santos Cruz classificou a fala de Bolsonaro sobre 2022 como “irresponsável”. “O presidente tem que atuar dentro da lei para criar o voto impresso, e não ficar com ideia subliminar para fazer bagunça”, destacou
O general Santos Cruz, ex-ministro do governo Bolsonaro, afirmou, nesta sexta-feira (8), que “as Forças Armadas brasileiras não embarcarão em aventuras golpistas” de Bolsonaro em 2022. O general disse isso depois do presidente declarar apoio à tentativa de frustrada de golpe por parte de Trump nos Estados Unidos.
Donald Trump alegou, sem provas, que houve fraude nas eleições presidenciais para incitar suas milícias a invadirem o Congresso Nacional dos EUA.
Bolsonaro fez ameaças golpistas diante da possibilidade de também perder as eleições em 2022. Ele disse que, “sem voto impresso, teremos mais problemas que os Estados Unidos”, numa referência ao vandalismo dos fascistas de Trump, que redundou na morte de quatro pessoas, entre eles um segurança do Capitólio.
O general Santos Cruz tratou essa afirmação de Bolsonaro como uma “irresponsabilidade”. “O presidente tem que atuar dentro da lei para criar o voto impresso, e não ficar com ideia subliminar para fazer bagunça”, reforçou o militar.
A tentativa frustrada de invasão do Capitólio para resistir ao resultado das urnas isolou Donald Trump, inclusive entre os militares americanos. Santos Cruz garante que os militares brasileiros também não apoiarão aventuras desse tipo no Brasil.
“São profissionais, não dão suporte a aventureiros”, disse ele, alertando, no entanto, que “disseminadores de fake news e de discurso de ódio têm que ser punidos pela lei desde já para que cenas como as da invasão do Capitólio nos EUA não se repitam no Brasil”.
“Você tem que fazer um trabalho preventivo. O fanatismo é irracional. Para prevenir, para que isso não aconteça, a Justiça tem que atuar sempre. Você acaba com o discurso dos demagogos que ficam falando em fraude sem ter prova alguma. Discurso de ódio, fake news, assassinato de reputações e instituições. Polícia Federal, Forças Armadas e Abin têm que ser valorizadas, não podem ser colocadas sob suspeita”, destacou o general Santos Cruz.