
O ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, senador e general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), condenou o “tarifaço” dos EUA contra o Brasil e afirmou que “não aceita que o Trump venha meter o bedelho em um caso aqui”.
A afirmação foi feita durante audiência da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado que discutiu o tema, após as ameaças e chantagens de Trump contra o País, exigindo, na prática, que o Supremo Tribunal Federal (STF) interrompa o julgamento de Bolsonaro pelos crimes praticados contra a democracia, bem como a anistia aos golpistas de 8 de janeiro e o fim de qualquer medida para regular as poderosas big techs no Brasil, inclusive a sua.
“Eu não aceito que o Trump venha meter o bedelho em um caso aqui que é interno nosso. Há uma injustiça sendo praticada contra o presidente Bolsonaro? Há uma injustiça sendo praticada. Mas compete a nós, brasileiros, resolvermos isso”, afirmou Mourão.
“Da mesma forma, caros colegas, que não aceito que o Macron, que a Greta Thunberg, que o Leonardo DiCaprio, venham meter a mão em coisas aqui do Brasil”, defendeu o senador gaúcho.
Ainda segundo ele, “a estratégia que o presidente Trump vem adotando, é uma estratégia que vai terminar por prejudicar os interesses das nações americanas”.
Trump anunciou, na última quarta-feira (9), uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto, o que, se consumado, afetará a exportações de vários produtos do agro, como café, laranja e carne, assim como commodities como o petróleo.
A medida, além de ameaçar centenas de empresas brasileiras que exportam aos EUA, 2º maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e seus respectivos empregos, afeta também empresas norte-americanas que estão há décadas no Brasil, inclusive, exportando para o mercado estadunidense.
Além disso, os norte-americanos estão entre os mais relevantes para bens fabricados brasileiros, de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças e máquinas.
A imposição de tarifas por Trump tem potencial de provocar queda de bilhões de dólares nas exportações brasileiras, sem considerar eventuais concessões setoriais, de acordo com analistas, diante de um cenário em que os EUA é superavitário na relação comercial com o Brasil, razão pela qual não há nenhum argumento técnico ou econômico para a medida.
Apenas o fato do “tarifaço ser usado como pretexto para a chantagem que tem por objetivo salvar o comparsa Bolsonaro, prestes a ser condenado por liderar o movimento golpista, e livrar as corporações digitais da necessária e inadiável regulação.
Tudo em nome de uma “liberdade” e de uma “democracia” que os EUA, especialmente Trump, já não praticam há muitas décadas.