É o que diz o colunista Tales Faria, do site UOL. Tem lógica a decisão do general, porque a denúncia, segundo ele, criaria uma crise institucional no país, com chances de acabar propiciando uma ruptura, exatamente o que os golpistas pretendiam
O general e ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, tem dito a amigos, segundo o colunista Tales Faria, do site UOL, que não se omitiu quando soube das intenções do ex-presidente Jair Bolsonaro de promover um golpe de Estado no Brasil.
Efetivamente, o general, que na ocasião comandava o Exército, foi violentamente atacado pelos golpistas por ter sido um obstáculo a seus planos criminosos.
A ação de Freire Gomes foi no sentido de trabalhar junto aos colegas do generalato do Exército para barrar a possibilidade de golpe. Na opinião do general, conta o colunista, uma atuação junto ao Alto Comando era mais efetiva do que denunciar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as intenções do então presidente da República.
Na avaliação do então comandante, se ele denunciasse ao Supremo Tribunal Federal (STF) as intenções de Bolsonaro, simplesmente criaria uma crise institucional no país, com chances de acabar propiciando uma ruptura, que era exatamente o que os golpistas pretendiam.
O fato de Freire Gomes ter barrado o golpe provocou a fúria do candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general Walter Braga Netto. Ele passou a atacar o então comandante do Exército.
Braga Netto, numa mensagem a um militar amigo, sugeriu que fosse oferecida “a cabeça” de Freire Gomes aos leões. Chamou o general de “Cagão” e atribuiu à sua “omissão e indecisão, que não cabem a um combatente”.
O atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, que passou a também ser atacado pelas milícias digitais de Bolsonaro por combater o golpe, poderá ser chamado como testemunha de Freire Gomes.
A operação Tempus Veritatis – que em latim quer dizer “hora da verdade”, da Polícia Federal, encontrou na casa de Mauro Cid a filmagem de uma reunião, ocorrida em 5 de julho de 2022, onde Bolsonaro e os demais golpistas aparecem falando abertamente da armação golpista.
Em seu depoimento, Mauro Cid já havia revelado a ocorrência de um encontro no início de dezembro de 2022, onde o então presidente Jair Bolsonaro apresentou aos chefes das Forças Armadas a minuta do golpe que ele recebeu de seu assessor Felipe Martins, que está preso.
Foi neste encontro que, segundo Mauro Cid, o comandante da Marinha declarou apoio ao golpe e o general Freire se posicionou contra, afirmando na ocasião que, se Bolsonaro insistisse no movimento, iria prendê-lo.