
Premiê de Israel entrega carta indicando Trump ao prêmio e diz: “Você merece”. “Vindo de você, isso é muito significativo”, agradeceu o apoiado.
Uma mão – pingando de sangue – lava a outra, e o genocida Benjamin Netanyahu foi a Washington para reforçar a campanha ao Nobel da Paz de Donald Trump, seu principal fornecedor de armas no momento e candidato a parceiro de negócios na limpeza étnica em Gaza para erguer a “Riviera sobre Cadáveres”.
Na terceira visita este ano à Casa Branca, o primeiro-ministro de Israel entregou ao presidente dos Estados Unidos uma carta escrita ao Comitê Nobel indicando-o ao Prêmio Nobel da Paz. “Você merece”, asseverou Netanyahu. “Vindo de você, isso é muito significativo”, respondeu Trump.
Além de fornecer as bombas usadas no genocídio e dar cobertura no Conselho de Segurança da ONU, Trump também pressionou recentemente a justiça israelense a cessar sua “perseguição à corrupção” de Netanyahu, perturbando-o no genocídio em que está focado.
Afinal, o que são alguns pouco regimentais “acréscimos ao patrimônio” de Netanyahu, diante da montanha de cadáveres de palestinos que este e seus parças acrescem diariamente ao projeto de “Eretz Israel Shleimá” (Terra de Israel Completa), o estado-gueto que, por sua vontade sanguinária, eternizará o nazismo na terra sonhada pelos sionistas e deportará os palestinos, na mais nova versão da “Solução Final”?
A viagem de Netanyahu também é em agradecimento ao papel de Trump, que meteu algumas bombas nas centrais nucleares, alvo da agressão israelense ao Irã, que incluiu o assassinato estrajudicial de cientistas iranianos e suas famílias.
COORDENANDO CRIMES DE GUERRA
De acordo com as agências de notícias, além da carta de apoio e do jantar no Salão Azul da Casa Branca, a efeméride propiciou também uma oportunidade para melhor coordenarem seus próximos crimes de guerra e contra a humanidade.
A repórteres, Netanyahu asseverou que Washington e Tel Aviv estavam “trabalhando com outros países” para dar aos palestinos “um futuro melhor”, uma vez deportados de Gaza. Declaração que possivelmente parecerá à Corte Internacional de Justiça da ONU mais uma autoincriminação.
“Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair. Não deveria ser uma prisão. Deve ser um lugar aberto e dar às pessoas uma escolha livre”, disse Netanyahu, no cinismo de tentar colar o exílio (continuação da Nakba) forçado enquanto estabelece campos de concentração na Faixa de Gaza para os “que quiserem ficar”.
O que não falta atualmente aos palestinos são oportunidades de “livre escolha”, como mostram as pilhas de destroços por toda a parte, praticamente toda a população desalojada de suas casas, hospitais bombardeados, 57.500 mortos, fome, e as cenas de civis abatidos a tiros quando tentavam conseguir um saco de farinha nas quatro armadilhas mortais da assim chamada Fundação Humanitária de Gaza, montada conjuntamente pelos EUA e Israel.
“Estamos trabalhando com os Estados Unidos muito de perto para encontrar países que queiram dar aos palestinos um futuro melhor”, insistiu o genocida, acrescentando estarem “chegando perto de encontrar vários países”.
“CAMPO DE CONCENTRAÇÃO PARA 600.000”
Em paralelo, seu ministro da Defesa, Israel Katz, enunciou a jornalistas como será, na vera, o plano Netanyahu/Trump, que ele descreveu como uma “cidade humanitária” nas ruínas de Rafah.
Para onde seriam tangidos a bomba e tiro inicialmente 600 mil palestinos. E de onde só teriam permissão para sair se quisessem emigrar “voluntariamente” para outro país. “Uma vez lá dentro, os moradores não teriam permissão para sair”, explicou Katz.
O campo de concentração seria ampliado até transferir toda a população civil de Gaza – perto de 2 milhões de pessoas após morticínio e exílio – para esta área costeira no sul do enclave. Ele disse ainda ter ordenado ao exército israelense que iniciasse a operação no dia seguinte à implementação do cessar-fogo que está em discussão, sempre sabotada por Netanyahu e sua gangue no governo do regime israelense.