O ex-deputado federal José Genoíno reafirmou seu repúdio ao sionismo e disse que defender o boicote a empresas vinculadas ao governo de Israel e o fim da cooperação de segurança e defesa do Brasil com o país não tem nada a ver com antissemitismo.
Em 110 dias, Israel já matou mais de 25 mil pessoas na Faixa de Gaza, das quais cerca de 70% eram crianças e mulheres.
“Apresento meu repúdio à nota da Conib [Confederação Israelita do Brasil] e afirmo que não sou e nunca fui antissemita. Repudio, também, qualquer tipo de preconceito contra o povo judeu e defendo a existência de dois Estados”, disse o ex-presidente do PT.
A declaração responde à acusação da Conib e de parlamentares bolsonaristas de que ele foi “racista” e se igualou aos nazistas ao defender o boicote à “determinadas empresas de judeus” e “empresas vinculadas ao Estado de Israel” para pressionar pelo fim do massacre contra o povo palestino da Faixa de Gaza.
Já o racismo e o genocídio do governo israelense contra os palestinos a Conib aplaude. “Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos que ferem interesses econômicos é uma forma interessante. Inclusive, tem esse boicote em relação a determinadas empresas de judeus. Há, por exemplo, boicotes a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, eu acho que o Brasil deveria cortar relações comerciais na área de segurança e defesa com o estado de Israel”, falou o ex-deputado em entrevista ao site Diário do Centro do Mundo, o que causou as manifestações ditatoriais e intolerantes dos sionistas da Conib.
A declaração de Genoino foi em apoio ao movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), que tem organizado ações para pressionar economicamente as empresas que têm agido junto de Israel para denunciar e enfraquecer seus ataques contra Gaza.
O grupo se inspirou no movimento internacional de boicote contra o apartheid na África do Sul, realizado até a década de 1990, quando o regime racista foi derrotado.
Contra o então apartheid da África do Sul, houve um movimento global de boicote a produtos e empresas sul-africanas, ao passo que resoluções da ONU que condenavam o regime racista e a FIFA (Federação Internacional de Futebol) excluiu a África do Sul de seu quadro de membros.
Esse movimento contra o apartheid não era considerado “extremo”, como falou a Conib sobre Genoíno.
Em nota, a Conib comparou a fala de Genoíno à perseguição feita pelos nazistas nas décadas de 1930 e 1940 contra os judeus. Deputados bolsonaristas, como Carla Zambelli (PL-SP) e Kim Kataguiri (União-SP), aproveitaram para acusar Genoíno de racismo.
A entidade, que apoia o genocídio de palestinos pelo governo de Israel, disse que vai pedir a abertura de um inquérito policial por racismo contra o ex-deputado.
A Conib e os bolsonaristas continuam calados diante do genocídio realizado por Israel contra os palestinos.