Cartel das empreiteiras se rearticula
O sogro de Pedro Duarte Guimarães, Léo Pinheiro, está preso pela Lava Jato
O indicado por Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, para presidir a Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, é mais um privatista alçado à equipe econômica do novo governo. Além disso, Guimarães é genro de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba pela participação em vários crimes investigados na Operação Lava Jato.
A atuação do executivo de uma das maiores construtoras do país na distribuição de dinheiro sujo e no cartel de empreiteiras que assaltou a Petrobrás, conhecido como Clube do Bilhão, rendeu a ele condenações na Justiça por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Até agora, Léo Pinheiro já foi condenado em três ações penais da Lava Jato. Somadas, as penas do ex-presidente da OAS chegam a 35 anos, sete meses e 23 dias e ele segue na carceragem da PF, onde cumpre a prisão decretada em segunda instância.
Pedro Guimarães também é sócio do banco de investimento Brasil Plural – que atua no setor imobiliário e de petróleo e gás. Doutor pela Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, trabalhou com Guedes no banco BTG Pactual. Em seu currículo, consta ainda a assessoria do fraudulento programa de privatização do Banespa, antigo banco estadual do estado de São Paulo.
Inicialmente foi cotado para assumir a secretaria de privatizações, que será criada no governo de Bolsonaro. Compõe o grupo que estuda a transição e é responsável por fazer um levantamento das estatais que poderão ser entregues no próximo governo. O estudo está sendo feito pelo banco do qual é sócio, o Brasil Plural, e pelo banco norte americano Bank of America Merril Lynch.
Com o “especialista em privatizações” – como é chamado – à frente da Caixa Econômica, Guedes e Bolsonaro não escondem qual a estratégia de seu governo, que não a de entregar o banco para o capital privado.
Após o anúncio da indicação, a Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal divulgou, na sexta-feira (23), uma nota contra a indicação de Pedro Guimarães para o comando do banco estatal. Eles apontam que a relação societária dele com o Brasil Plural configura “conflito de interesses” com o comando da Caixa. (Ver página 2)
No texto, a entidade afirma que o banco Brasil Plural “é o principal credor no processo de recuperação judicial da empresa Ecovix, na qual Caixa e Banco do Brasil também são credores”. Além do evidente impedimento, pesa contra a empresa de Guimarães a suspeita de envolvimento na supervalorização artificial registrada pelo FIP Florestal, fundo do qual a empresa Brasil Plural é gestora.
Os auditores da Caixa alertam também para o envolvimento da empresa na Operação Greenfield, que causou prejuízos à Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa) e à Petros (fundo de pensão da Petrobrás).
começoa perceber, que montaram um golpe de mestre para chegarem ao poder.