O país gerou 1,48 milhão de empregos formais no ano passado. Resultado veio abaixo das previsões do Ministério do Trabalho
Em 2023, o Brasil criou 1.483.598 empregos com carteira assinada, o que corresponde a uma queda de 26,30% em relação ao ano de 2022, quando foram gerados 2.013.261. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O resultado de 2023, bem abaixo das previsões do Ministério do Trabalho, que estimava a geração de 2 milhões de postos de trabalho no país, é também o segundo pior da série histórica do novo Caged, iniciado em 2020.
Para o ministro da pasta, Luiz Marinho, os juros altos do Banco Central (BC) influenciaram para a baixa geração do emprego do ano passado.
“A economia não manteve o pique de contratação, esperava que o final do ano, que é um processo que acelera as contratações, mas elas [as contratações] não se deram na magnitude que nós imaginávamos. Setembro, outubro, novembro, você tem os juros atuando. O juro é um elemento que influencia no comportamento da economia. Apesar do início da queda, é insuficiente a redução dos juros”, afirmou Marinho, que prosseguiu.
“É preciso acelerar ainda mais [a redução da taxa Selic]. É preciso ter um juro compatível”, clamou o ministro do Trabalho. O juro brasileiro ele é o segundo maior juro praticado no planeta. Fica abaixo, praticamente igual ao juro do México, são os 2 países que têm os maiores juros praticados no mundo. Isso é um elemento que influencia fortemente, pode conversar com qualquer empresário que vai dizer, ‘o juro atrapalha’”, completou.
Em dezembro de 2023, foram fechadas 430.159 vagas de trabalho no país – saldo decorrente de 1.502.563 admissões contra 1.932.722 desligamentos. No mês, todos os grandes agrupamentos de atividades econômicas registraram saldos negativos: Serviços (-181.913 postos); Indústria (-111.006 postos), principalmente na Indústria de Trans[1]formação (-107.547 postos); Construção(-75.631 postos); Agropecuária(-53.660 postos) e Comércio (-7.949 postos).
Por outro lado, no ano de 2023, o setor de Serviços foi o que mais contratou, com 886.256 postos de trabalho criados. Em segundo, vem o Comércio (+276.528 postos); Construção (+158.940 postos); Indústria (+127.145 postos), resultado puxado pela Indústria de Transformação (+103.467 postos); e Agropecuária com saldo (+34.762 postos).
Do total de admissão no ano passado, 3.025.456 são caracterizados como não típicos, com predominância de trabalhadores com menos de 30 horas e intermitentes. Já no lado das demissões, foram 255.383 nesta classificação.
No ano passado, ainda, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.037,94. Já o salário médio real na hora do desligamento, foi de R$ 2.169,26.