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PAULO GALA (*)
ESCRITO COM FAUSTO OLIVEIRA (*)
Fala-se muito de Getúlio pelas razões erradas. O que seria do país se lá nos anos 40 não tivéssemos formado nosso complexo siderúrgico com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)?
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O mesmo vale para o complexo cimenteiro, que ganhou expressão na Era Vargas e tornou o país autossuficiente neste insumo básico, possibilitando a urbanização e o desenvolvimento de infraestruturas.
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Também não se fala da indústria cerâmica, outra sem a qual a construção das cidades brasileiras tal como são hoje não teria sido possível.
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Uma base fundamental de todo esse esforço de montar um país moderno foi a Companhia Vale do Rio Doce, que em suas primeiras décadas de trabalho jamais registrou acidentes como os de Brumadinho e Mariana. Fundada na Era Vargas.
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A Companhia Nacional de Álcalis, base de uma indústria química que veio a quase se tornar capaz de produzir química fina, é de 1943, Era Vargas.
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Mas aquela que para mim é o maior feito (mais do que a Petrobras) é a Fábrica Nacional de Motores, a FENEMÊ, projeto que poderia nos ter levado a ser um país decente nos dias de hoje.
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Sabotada como foi a empresa de Torquato Di Tella na Argentina, a FENEMÊ chegou a produzir veículos e motores próprios. Mas Dutra começou a esvaziar o projeto, que acabou morrendo na mão da Fiat, lá pelo fim dos anos 60.
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E, claro, a criação de uma empresa pública de energia que visava garantir autonomia de longo prazo para toda a economia do país, a Petrobras. Viva Getúlio Vargas!
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(*) Paulo Gala é graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002.
(*) Fausto Oliveira é jornalista e co-editor do canal Revolução Industrial Brasileira